domingo, 31 de agosto de 2008

Duas críticas rápidas

Só para não deixar em branco, vale registrar que aluguei e vi dois filmes que queria ver há muito tempo: Dersu Uzala e Bufo & Spallanzani.

Dersu Uzala é um clássico do grande mestre Akira Kurosawa e é, certamente, um dos filmes mais magníficos que já assisti. O diretor, com sua habitual maestria, nos transporta até os confins da Sibéria, antes da Revolução Russa, para contar uma estória de solidão, amizade e respeito. É a estória do jovem Capitão Vladimir Arseniev que, ao liderar um expedição cartográfica ao interior da Sibéria, depara-se com Dersu, um nativo idoso e solitário, exímio caçador e que viveu praticamente a vida inteira na floresta.

Uma relação de respeito mútuo imediato surge entre o Capitão e Dersu, esse último sendo recrutado para ajudar a equipe militar. As imagens das desventuras de Dersu e do Capitão são magníficas e uma obra à parte. É fantástico o desenrolar da amizade improvável dos dois, que é construída ao longo de duas viagens do Capitão à Sibéria. A solidão em que vive Dersu é pesada e triste, quase avassaladora. O respeito do Capitão em relação ao magnífico caçador é palpável, quase uma relação entre filho e pai. A inocência do velho Dersu diante de fatos corriqueiros da vida - como quando é furtado por um inescrupuloso bandido - é de despedaçar o coração.

Poucas vezes me deparei com um filme perfeito e essa foi uma delas.

Bufo & Spallanzani é um filme brasileiro de 2001, dirigido por Flávio Tambellini e baseado em obra e roteiro de Rubem Fonseca. Conta duas estórias: a investigação de um aparente suicídio (da sempre bela Maitê Proença em ponta) e a estória ficcional da investigação de uma louca trama para se enganar uma seguradora. Segurando as duas tramas temos José Mayer, vivendo Gustavo Flávio, ex-amante do personagem de Maitê Proença, e autor do livro Bufo & Spallanzani, que conta a estória de Ivan Canabrava (também José Mayer) investigando uma morte suspeita. O filme usa o recurso muito batido de repetir os atores em dois papéis diferentes cada um e de criar um elo entre a estória verdadeira e a ficcional.

O filme funciona até certo ponto, quando, de repente, temos uma cena de violência gratuita inesperada (não que eu seja particularmente contra mas é que não combina com o filme) e várias pontas deixadas soltas ao final da trama. Parece até que o diretor se esqueceu de encerrar propriamente o filme. De toda forma, é um eficiente filme policial, que mostra uma visão idealizada do Rio de Janeiro e não aquela que estamos cansados de ver em fimes brasileiros: violência urbana, favelas etc.

Dersu Uzala: 10 de 10

Bufo & Spallanzani: 6 de 10

Crítica de filme: U2 3D

Confesso que estou meio sem paciência para o grupo irlandês U2. Eu vi um show deles no estádio dos NY Giants em New Jersey, fiquei 6 horas no trânsito ida e volta naquele malfadado show no Rio de Janeiro e já escutei e tenho todos os discos deles, até aqueles bootlegs bacanas. Mas, com essa overdose, cansei.

No entanto, o nome deles associado à tecnologia 3D me pareceu tentador o suficiente para eu e minha esposa irmos ao cinema assistir U2 3D. E posso dizer que não nos arrependemos!

Trata-se de um show da última turnê mundial do grupo, reduzido a oitenta e poucos minutos, e filmado quase que integralmente na Argentina. A produção não tentou fazer truques baratos para brincar com o 3D. Na verdade, esse filme usa o 3D como os melhores filmes usam os efeitos especiais: bem discretamente. Há uma sensação grande de envolvimento no show, com câmeras passando por trás da bateria, em cima dos componentes da banda, pela platéia histérica etc. Com certeza foi um grande exercício de montagem.

Pode-se dizer, facilmente, que é a experiência mais próxima possível de se assistir um show ao vivo, sem precisar do deslocamento e pagando apenas vinte e poucos reais.
Vale cada centavo.

Espero que outros produtores se animem para fazer shows 3D de bandas ou cantores famosos. Talvez Iron Maiden, The Police e Madonna, só para citar alguns.

Nota: 8,5 de 10

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Crítica de filme: Mamma Mia

Sinto-me gay ao escrever sobre Mamma Mia!, o mais novo musical de Hollywood que vi em screening special da distribuidora Paramount. Por um lado, se eu falar muito mal do filme, minha esposa me dá beliscões. Por outro, se eu falo muito bem, posso estar revelando meu lado, digamos, feminino.

Vamos começar pelo começo. Eu vi a peça da Broadway na montagem de Las Vegas (eu sei, isso depõe contra mim) e achei que a trama funcionou muito bem naquele esquema. As músicas são obviamente empolgantes mesmo para o mais macho dos homens. E, em um teatro, as músicas são naturais e tudo parece muito bem feito.

Não é o que acontece em Mamma Mia!, o filme.

A estória acho que todos conhecem: Sophie Sheridan (vivida pela bela mas quase criança Amanda Seyfried) vai se casar com Sky (que nome mais idiota - bom, de toda forma, ele é vivido por Dominic Cooper) e descobre que sua mãe Donna Sheridan (a insuportável Meryl Streep) teve relações amorosas com três homens em período muito curto de tempo há 20 anos, tornando os três amantes potenciais pais dela. Sem titubear, Sophie convida os três possíveis pais - sem a mãe saber, claro - para o casamento. Eles são vividos por Pierce Brosnan, Colin Firth e Stellan Skarsgard. Tudo isso serve de fiapo de estória para ser contada ao som das famosas músicas do grupo ABBA (não em background mas sim saindo das bocas dos atores, que fique claro).

Ultrapassado esse detalhe da trama, vale dizer que as paisagens belíssimas (na Grécia) e as músicas divertidas escondem todas as falhas graves do filme, começando pela canastrice de Sky que mais parece o Johnny Nogerelli de Grease 2 nas categorias de look-alike, canastrice e péssima atuação, continuando pelas insuportáveis seqüências em que senhoras de 60 anos (sim, Streep tem 59 anos) se fazem passar por mulheres de 40 e, ainda por cima, pulam como se tivessem 20, culminando com inacreditavelmente desafinadas cantorias.

Na Broadway, os artistas são escolhidos, em sua maioria, pela capacidade de cantar. No cinema, os produtores têm que se contentar com atores famosos com cara-de-pau suficiente para arriscar uns balidos... Os exemplos mais gritantes disso são todos os momentos em que Pierce Brosnan começa a dar uma de passarinho: o cara mais parece que está tendo uma sonda anal entrando vocês sabem aonde a cada vez que puxa uma nota mais alta. Dá até pena e muita vontade de rir. Meryl Streep se acha a gostosona (e deve se achar também na vida real) e paga um monte de mico durante os torturantes 108 minutos de projeção. Acho que Colin Firth e Stellan Skarsgard perceberam o tamanho do fiasco e, dignamente, devem ter ser recusado a cantarolar. Entram mudos e saem calados.

Por incrível que pareça, quem melhor se sai é Christine Baranski, no papel de uma das amigas de Streep. Ela, ao menos, sabe de suas limitações e, no solo que tem, dá um bom show. Mas é só.

Se fosse um musical com músicas criadas só para ele - e não as famosíssimas do ABBA - o filme não faria um dólar sequer nas bilheterias. Mas, somando-se ABBA, com paisagens gregas, Meryl Streep (para quem gosta) e Pierce Brosnan (também para quem gosta), tem-se um sucesso certo.

Mas que deveria ter permanecido confinado ao teatro deveria...

Nota: 5 de 10

domingo, 24 de agosto de 2008

Muito músculo + pouco sentido = ótima diversão

Wanted é um daqueles filmes que, de forma emblemática, caracteriza o verão americano atual: muitos efeitos especiais, pouca estória e muita pancadaria. As fórmulas usadas por Hollywood já estavam ficando gastas e Wanted é, na verdade, uma grata surpresa.

O diretor que trouxe esse frescor à Wanted é Timor Bekmambetov, que capitaneou Night Watch e Day Watch, dois filmes que formarão uma trilogia com o vindouro Twilight Watch. O primeiro filme, de produção russa, não faz o menor sentido. O diretor brincou com visuais estonteantes e ganhou as massas na Rússia. Day Watch, sua continuação, já teve algum dinheiro injetado por Hollywood mas o diretor, aparentemetne embebido em seu successo anterior, conseguiu fazer menos sentido ainda. Ainda por cima, Day Watch é extremamente chato. O visual, porém, era fantástico, com carros subindo prédios e outras coisas bem interessantes.

E foi o visual que Timor trouxe à sua mais recente obra, baseada nos quadrinhos famosos de Mark Millar (o cara "quente" da Marvel hoje em dia). Dos quadrinhos, ao que me consta, não sobrou muita coisa, a não ser o conceito de uma fraternidade milenar de assassinos.

O dinheiro de Hollywood, porém, trouxe mais coisas: Morgan Freeman (Sloan), como o chefe de uma irmandade de assassinos, Angelina Jolie (Fox) como uma super-assassina que recruta James McAvoy (Wesley Allan Gibson) para vingar a morte de seu pai, assassinado por um ex-membro da irmandade vivido por Thomas Kretschmann (Cross). Ah, tem também Terence Stamp.

O roteiro é isso aí mesmo que acabei de escrever mas o "tchan" do fime são as balas curvadas, o "car-fu" estilo Speed Racer em perseguições estonteantes e os efeitos visuais. Não espere muita coerência do filme mas espere muita adrenalina e muita doideira a começar pela habilidade de Gibson de atirar em asas de moscas, passando por banheiras curativas e assassinatos a quilômetros de distância. Há uma seqüência que se passa em um trem que é sensacional. O filme é pura diversão e, às vezes, isso é tudo que é necessário.

Mas há pequenas coisas interessantes que vão além de um filme descerebrado: uma interessante "sub-plot" que trata da identidade das pessoas e como nós não sabemos realmente quem somos e um surreal desapreço pela vida humana. Sobre esse último ponto, vale lembrar que os filmes, hoje em dia, têm a irritante mania de serem politicamente corretos e, sempre que um inocente morre, há necessidade de vingança, pesar, penitências e coisas do gênero. Nesse filme, esses "detalhes" não são nem discutidos. Gibson leva, tipo, 2 segundos com dúvidas sobre matar ou não matar e, depois, nem mais pensa no assunto. Definitivamente, é um filme politicamente incorreto, com grandes visuais e boas sacadas.

Só um detalhe ruim, mas que não é culpa do diretor: as legendas em português no cinema estavam completamente erradas, fazendo menos sentido que o próprio filme. Faltou capricho na tradução, algo indesculpável, em minha opinião.

Nota (desconsiderando as legendas): 7 de 10

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Para ninguém esquecer

É difícil lembrar de algum filme que trata da antiga Alemanha Oriental. Provavelmente eles existem mas duvido que algum seja tão eficiente em nos lembrar do maléfico jugo soviético quanto A Vida dos Outros (Das Leben der Anderen no original). Essa obra, que merecidamente ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2007, é sensacional e merece ser vista especialmente por aqueles "saudosistas" que acham que o "sonho" comunista era efetivamente um sonho...

O filme conta a estória de Wiesler, um espião do governo que realmente acredita naquilo que faz mas que começa a duvidar de todo o sistema quando passa a espionar o autor de peças de teatro Georg Dreyman a pedido do Ministro da Cultura. Wiesler começa a viver a vida de Dreyman, sentindo verdadeira paixão pelo que o espionado faz. Ao mesmo tempo, começa a descobrir a verdadeira razão por trás do ávido interesse do Ministro da Cultura em descobrir algo de podre em Dreyman e retirá-lo de circulação.

Tudo se passa em 1984, cinco anos antes da queda do muro de Berlim e mostra a paranóia que os intelectuais viviam àquela época na Alemanha Oriental, as perseguições sem sentido que o Estado fazia em relação à quaisquer pessoas que, por qualquer razão, desafiavam ou criticavam o sistema ou um de seus membros. Mostra a corrupção e a ganância dos políticos e o controle do Estado sobre todos os meios de comunicação. Lembra muito o Brasil da época militar e de hoje em dia pois, afinal de contas, basicamente vivemos num estado policial mas sem controle militar aparente...

O filme precisa ser visto.

Nota: 9 de 10

sábado, 16 de agosto de 2008

Continuações são meu vício

Por pior e mais sem graça que sejam, eu acabo vendo todas as continuações - e prequels - de filmes que eu vi. É ridículo, eu sei, mas o que eu posso fazer? Na verdade, não tenho muito a perder. Afinal de contas, o que pode ser pior do que AVPR, que eu comentei mais abaixo?

Hoje foi a vez de Saw IV. Vi todos os outros três e gostei muito da originalidade do primeiro. O segundo foi mais do mesmo e, o terceiro, até que tem umas cenas bacanas.

O quarto definitivamente não é mais do mesmo pois, agora, somos brindados com um vislumbre da origem de Jigsaw e o porquê da loucura dele (somos apresentados ao que parece ser a primeira armadilha dele e posso dizer que é bem aterradora). O jogo, também, toma contornos mais amplos, saindo do confinamento de determinados lugares fechados escolhidos por Jigsaw.

Mas como assim Jigsaw? Ele não morreu em Saw III? Sim, morreu e continua morto. Os produtores não resolveram ressucitar o maníaco. Tudo começa na autópsia de Jigsaw, que é feita em detalhes de arrepiar diante da câmera, que não tenta esconder nada. Um nojo só. O legista acha uma fita dentro de um casulo de cera no estômago do serial killer e, a partir daí, a estória se desenrola. Não dá para contar mais nada pois qualquer coisa que eu falar será spoiler.

O que dá para dizer é que, como todo filme da série, ele tem estreita ligação com o anterior e com o anterior e com o anterior. Não é necessário rever os filmes para ver Saw IV mas se você nunca viu os anteriores, comece pelo começo. As armadilhas continuam muito engenhosas e, dessa vez, tem até menos sangue que o filme anterior uma vez passada cena da autópsia, claro.

O que o diferencia de Saw II e III é que Saw IV contrói uma trama bem montada, com um final surpreendente de verdade, na linha do primeiro. É muito bacana a forma como o filme está amarrado principalmente ao Saw III. Há a introdução de personagens novos mas todos eles muito bem inseridos, parecendo naturais.

Eu certamente verei Saw V, que será lançado em outubro desse ano nos EUA, e todos os outros que forem feitos (em vídeo, claro, pois ir ao cinema para isso já é demais). É sangue para tudo quanto é lado mas é divertido.

Nota: 7 de 10 (para comparação, diria que o Saw original merece nota 8, Saw II nota 5e Saw III nota 6).

terça-feira, 12 de agosto de 2008

E o filme do coelho sinistro é que era estranho...

Falem o que quiserem de Richard Kelly, menos que ele é um cara que procura o caminho fácil para o estrelato. O diretor de Donnie Darko, um filme que considero sensacional, volta à direção, depois de muito tempo filmando Southland Tales e nos apresenta algo no mínimo surreal.

Sua mais nova obra demorou muito tempo para ser lançada. Foi apresentada em Cannes em 2006, odiada pelos críticos, completamente re-editada e relançada em 2007 para o fracasso certo. Donnie Darko teve história semelhante mas conseguiu arrebanhar um grupo coeso de fãs. Tive a oportunidade de assistir esse último no Egyptian Theatre em Los Angeles, com todo o cast mais o diretor. Momento único certamente e, em um próximo post, eu desenterro minha crítica e coloco para vocês.

De toda forma, o assunto agora é Southland Tales. O filme é, bem, digamos, estranho. Não é estranho como Donnie Darko mas sim estranho como, deixe-me ver... Southland Tales!

Vou tentar defini-lo: é uma comédia pós-apocalíptica com fortes elementos de sátira política, uma pitada de comentário social, um balde de críticas ferinas ao pouco caso com o meio ambiente e, para culminar, tem números musicais, sendo um deles com Justin Timberlake!

Entenderam o drama? Não? Nem eu. Trata-se de um delírio de Kelly mas o filme é complicado apenas na superfície. Ele faz até algum sentido se você conseguir abstrair-se de momentos completamente loucos.

Falando em estória, vamos a mais uma tentativa de definição: o fime se passa em um mundo vivendo a 3ª Guerra Mundial, causada por um ataque terrorista no Texas que fez com que, externamente, os EUA atacassem todos os seus inimigos (Síria, Afeganistão, Iraque, Coréia do Norte e por aí vai) e, internamente, criassem uma versão com anabolizantes do Patriot Act. A internet é fortemente controlada; as fronteiras entre estados dos EUA são controladas; a liberdade de ir e vir é completamente tolhida. Somando-se a esse caos temos que o acesso dos EUA ao petróleo se esgotou e uma nova e renovável fonte de energia foi criada (não sem suas conseqüências, claro). Estamos perto do 4 de julho em ano de eleições presidenciais em que a Califórnia (onde se passa o filme) é o estado decisivo na corrida. Nessa zona completa, focamos em Boxer Santaros (Dwayne "the Rock" Johnson), um ator famoso casado com a filha do irmão do presidente dos Estados Unidos. Ele foi seqüestrado há três dias e apareceu misteriosamente no deserto do Arizona sem memória. Reaparece na casa de Krysta Now (Sarah Michelle Gellar) uma ex-atriz pornô que tem um programa de entrevistas e até um drink energético com o nome dela. Uma facção de esquerda - os Neo Marxistas - coloca em funcionamento um plano que envolve o policial Roland Taverner (Sean William Scott) para impedir a re-eleição do presidente da república.

Tudo isso e muito mais é costurado ao bel prazer de Richard Kelly, que sai introduzindo personagens novos - vivido por atores famosíssimos fazendo pontas que não vou contar - e jogando veneno nas instituições e na política americanas.

O resultado é, como dizem os americanos, um "mixed bag". Há momentos brilhantes como quase todas as cenas com Justin Timberlake no papel de Private Pilot Abilene, também narrador do filme, e momentos loucos e sem sentido algum como as cenas no Megazeppelin.

A direção é muito boa mas creio que os cortes que Kelly foi forçado a fazer depois do fiasco em Cannes tenha prejudicado em muito a fluidez da obra. Em alguns momentos os personagens são jogados e pouco explorados. De toda forma, com cortes, o filme tem mais de 2h e 20 minutos.

Acho que vale pelo inusitado, pelo diferente. No entanto, muitas pessoas acharão o filme para lá de pirado. Aqueles que gostaram de Donnie Darko tem maior chance de simpatizarem com esse filme mas não esperem algo no mesmo nível do coelho Frank.

Nota: 6 de 10

Quis custodiet ipsos custodes?

Acabei de ler pela terceira vez a clássica graphic novel Watchmen. Fiz isso impulsionado pelo trailer da versão cinematográfica da obra máxima de Alan Moore. Queria lembrar-me dos detalhes, das nuances. Mas acabei achando um defeito, algo que não tinha visto antes e que, na verdade, nem sei se é um defeito.

A estória acaba apressada demais, quase como se Alan Moore tivesse cansado. Os últimos dois capítulos têm uma enorme quantidade de exposiçao de situações que foram muito pouco desenvolvidas nos dez primeiros capítulos. Talvez tenha sido de propósito mas foi a impressão que tive agora.

Não estou querendo criar polêmica, vejam bem. Watchmen continua sendo uma verdadeira obra-prima dos quadrinhos. É difícil imaginar alguma estória mais ácida da indústria dos quadrinhos do que ela, com todas as suas referências às eras de Ouro, Prata e Bronze dos heróis mascarados. Também é difícil encontrar estória tão politizada. No entanto, reparei isso agora, nessa terceira leitura e resolvi escrever.

Nos seus dez primeiros capítulos, Alan Moore e David Gibbons nos levam à uma rica e minuciosa viagem por um universo novo, criado por eles, na forma e aparência do universo de super-heróis que conhecemos (especialmente dos da DC). Somos apresentados a um mundo que já foi povoado de vigilantes mascarados mas que, hoje, não é mais. A primeira geração de vigilantes, na década de 40, quase não mais existe. Alguns morreram, outros estão velhos demais para continuar atuando. Somente The Comedian permanece ativo, um soldado de ultra-direita, que agora atua para o governo.

Esse primeiro grupo de heróis, todos sem super-poderes, inspira um segundo grupo de heróis, uma segunda geração. Esses são o foco da estória: Nite Owl II (uma versão high tech do primeiro Nite Owl, que o inspirou), Silk Spectre II (a filha da primeira Silk Spectre que somente se tornou super-heroína por pressão da mãe), Ozymandias (o homem mais inteligente do mundo que, com muito treinamento e meditação, alcançou o máximo que o ser humano poderia alcançar em termos de condicionamento físico e mental), The Comedian (que se junta a esse grupo depois que o primeiro acaba), Dr. Manhattan (o único com super-poderes, muitos super-poderes) e o icônico Rorschach (o mais misterioso deles).

Todos eles, de uma forma ou de outra, lembram heróis que quem lê quadrinhos está acostumado a lidar. Nite Owl II poderia ser o Besouro Azul mas também poderia ser um Batman light. Silk Spectre II poderia ser Black Canary ou qualquer outra super-heróina clichê genérica dos quadrinhos. Ozymandias poderia ser o Capitão América ou qualquer outro herói que depende quase que exclusivamente da forma e habilidades físicas. Rorschach poderia muito bem ser o lado negro de Batman ou também o The Question. Dr. Manhattan, por seus poderes, poderia ser a contra-partida de Alan Moore ao Superman, um herói tão poderoso que desequilibra qualquer estória. Na verdade, Moore se inspirou de verdade em uma antiga linha de heróis que havia acabado de ser comprada pela DC lá pelos idos da década de 80 (Watchmen foi lançada nos EUA entre 1986 e 1987). Desistiu por diversas razões - uma delas sendo certamente o horror da DC Comics ao ver o que Moore queria fazer com seus personagens - e criou seu próprio grupo.

No entanto, a estória não lida com as desventuras desse grupo. Ela se passa quando eles também estão todos aposentados mas a riqueza de Moore é tanta que sua narrativa facilmente cobre décadas de aventuras e chegamos ao final da estória enormemente familiarizados com os heróis e aqueles que os antecederam.

Tudo começa com o assassinato de Edward Blake, The Comedian. Não se trata de um spoiler pois isso acontece logo na primeira página e é a força-motriz que coloca a estória em movimento. Na época da estória - que se passa na década de 80 - os heróis mascarados foram proibidos por lei e Nixon já foi reeleito várias vezes presidente dos EUA. Há uma enorme tensão entre as duas potências mundiais e uma 3ª Guerra Mundial só não se inicia pois Dr. Manhattan, por ser uma bomba atômica ambulante, impede movimentos mais bruscos por parte da União Soviética. Tudo é tenso na estória, inclusive o PIP (picture-in-picture) que Moore espalha por quase todos os capítulos, uma macabra estória sobre piratas da revista Tales of the Black Freighter. Esse PIP serve de comentário à própria estória maior que se desenrola ao redor.

A investigação de Rorschach sobre a morte de Blake acaba desencadeando outros acontecimentos que não valem à pena contar para não estragar surpresas e a estória chega ao poderoso clímax, isso depois de tratar de estupros, assassinatos variados, brigas de casais, invasões de exércitos, a beleza de Marte (sim, o planeta) e outras coisas mais.

Mas aí vem minha pequena e humilde reclamação. Toda a detalhada construção dos personagens e o ritmo lento mas desesperador da estória ao longo de dez capítulos dão lugar à uma corrida para se chegar ao fim nos últimos dois capítulos. Fica claro que Moore planejou desde o inicío completar a saga em 12 episódios pois esse número é importante para a estória. No entanto, ele introduz tanto material novo nesse últimos momentos que, por alguns instantes, fica difícil "suspender a descrença" nesse nível. Há muita exposição em diálogos longos e esmiuçados cujos detalhes, apesar de terem sido eles todos jogados aqui e ali ao longo da estória, são, vamos colocar assim, difíceis de se engolir.

No entanto, eu devo estar sendo chato e detalhista demais. Não consigo nem de longe dizer que a estória é algo próximo de ruim. Ao contrário: todos os amantes de HQs deveriam ler essa que é facilmente a mais densa das estórias da arte seqüencial.

Depois dessa nova leitura, temo ainda mais pelo filme que Zack Snyder está fazendo. Ele me parece estar com a maior boa vontade para fazer o melhor possível mas colocar em filme o que se passa nessa HQ pode ser uma armadilha. A densidade da estória e seu final surreal são de dificílima transposição para as telonas. Assim como dissse em post abaixo, espero sinceramente estar errado.

Nota: 9,5 de 10

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Ah, se eu tivesse dinheiro sobrando...

Às vezes eu esbarro em coisas na internet que dá vontade de sacar o cartão de crédito e sair gastando. Quando vi isso, quase caí para trás.

Vejam bem, tenho filhas pequenas e logo imaginei como seria bacana ter esses móveis malucos nos quartos delas. Evidentemente, uma breve olhada na etiqueta de preço me fez voltar ao planeta Terra.

De toda forma, são muito bacanas e, como podem ver, todos baseados na loucura do mundo criado por Lewis Carroll.

Um olhar original

Ernesto "Che" Guevara foi e continua sendo uma lenda. Não compartilho de seus ideias - longe disso - e detesto ver sua imagem sendo explorada por todo revolucionariozinho imbecil da América Latina.

Por isso relutei muito para assistir Diarios de Motocicleta. Errei. Mas consertei o erro agora.

Walter Salles fez um filme muito bonito que independe do mito de "Che". Sim, claro, é uma espécie de viagem pelo auto-conhecimento e vemos as raízes românticas para as atitudes do futuro "revolucionário". No entanto, o filme é mais do que a estória de "Che" Guevara. É um belo passeio pela América Latina no ano de 1952, passeio esse que excluiu o Brasil, como se ele nem mesmo existisse.

Imagens belíssimas permeiam diálogos bem feitos e uma estória linear mas eficiente. Gael García Bernal, ótimo ator, ajuda o diretor a retirar o estigma de "Che" do personagem "Che". Ele afasta a estória do mito e nos coloca próximo do homem, ainda sem quaisquer ideais. O grande amigo de "Che", Alberto Granado (vivido por Rodrigo de la Serna), é quem impulsiona a viagem, sempre empolgado e oferece muitos comic reliefs.

Qualquer um que conseguir se despir do preconceito de um "filme sobre Che", deveria ver Diarios de Motocicleta.

Nota: 7,5 de 10

sábado, 9 de agosto de 2008

Gente sem tempo faz a alegria de gente como eu

É impressionante ver a dedicação de determinadas pessoas. São pessoas que ou são mestres em organizar o emprego de seu tempo ou são desocupados com muito dinheiro. Em ambas as opções, costumam ser no mínimo nerds, não que eu veja algo ruim nessa qualificação. Ela é o que é e eu sou um pouco nerd também, com orgulho. Gostaria de ter o tempo que alguns desses têm. Eu não tenho mas, ao menos, posso apreciar o trabalho deles.

Escrevi o parágrafo acima para prenunciar o site de um excelente maluco que tem como hobby - ou profissão, não sei - criar versões alteradas em bonecos de personagens famosos do cinema, especialmente da série Star Wars. O referido site é este.

Vejam especialmente as action figures Steampunk Star Wars e Steampunk Empire Strikes Back. São brilhantes!

Bom, não estou com tempo de fazer um comentário muito longo. Divirtam-se.

Crítica de filme: Alien vs Predator - Requiem

Não há nada mais irritante do que continuações inúteis de filmes. Bom, pelo menos não havia. Descobri que mais irritante que isso são continuações inúteis de filmes ruins. Isso é que o é AVPR (sigla ridícula para Alien v Predator: Requiem), dirigida pelos inábeis Brother Strause, uns diretores Zé-Ninguém.

AVP até que era um filminho divertido, com clara conexão com os clássicos de Ridley Scott e James Cameron (principalmente desse último). Era aquela pancadaria básica, no meio do nada e pronto, tudo acabava bem (ou mal, dependendo do seu ponto de vista) e a mitologia dos monstros permanecia mais ou menos intacta.

AVPR é ruim não só tecnicamente mas, também, por pisotear a estória dos classicos que o originou. Aqui, temos um Predalien, que foi o legado de AVP, como ponto focal. O nascimento desse bicho faz com que a nave que o carrega caia na Terra, bem na floresta vizinha à uma cidade perdida no Colorado. Junto com a nave cai um Predator semi-vivo, cujas únicas funções são mandar um pedido de socorro ao seu planeta natal e morrer. Alguns vidros com Facehuggers vivos se quebram e eles fogem pela floresta felizes da vida, junto com o Predalien.

No planeta natal dos caçadores interplanetários, um Predator metido a gostoso vai sozinho tentar resolver a "parada". Por alguns segundos, vislumbramos o planeta natal dele, que mais parece um daqueles conjuntos habitacionais da CEHAB... Bom, o bicho chega na Terra e trata de apagar quaisquer traços da nave de seu compatriota. Enquanto isso, os Aliens se reproduzem que nem coelhos...

Aí começa a palhaçada de verdade. O Predalien é, também, uma rainha que, para por ovos, cospeo-os pela boca diretamente para a boca das pessoas. A fase do Facehugger é convenientemente eliminada. Por sua vez, o Predator que vem caçá-lo nem de longe lembra aquele outro que fez o Governator cortar um dobrado para matá-lo. O bicho desse filme só usa o manto de invisibilidade quanto não tem ninguém olhando. Quando tem, ele faz questão de desligá-lo... Da mesma forma, ele toma enormes cuidados para apagar todos os rastros de morte deixados pelos Aliens mas, ao se deparar com um policial, mata-o, tira sua pele e o pendura em uma árvore para todos verem. Seria um Predator perfeito para fazer uma trinca com Jim Carrey e Jeff Daniels em Dumb & Dumber. Ele poderia ser o "Dumbest".

Continuando a destruição dos mitos criados pelos filmes anteriores, os diretores de AVPR se esquecem do tempo de gestação de um bebê Alien e que só nasce um de cada hospedeiro. Nesse arremedo de filme, os Aliens nascem que nem coelhos - uns 5 de cada barriga - e crescem quase que instantaneamente. Além disso, todos - com exceção do Predalien - têm instinto assassino enquanto que, nos filmes originais, ou o instinto era de sobrevivência do tipo "matar ou morrer" ou do tipo "tenho que permitir a reprodução levando esses hospedeiros fresquinhos para a rainha".

Bom, ultrapassadas essa questões, vale dizer que eu me lembro vagamente de ter visto alguns humanos "heróicos" nesse filme... Tem um gostosão marginal, seu irmão abobalhado, a gostosa da cidade, o valentão imbecil e uma mulher que acabou de voltar da guerra do Iraque (esse foi o momento em que o roteirista achou que estava abafando e sendo cool).

Por fim, vale falar dos efeitos especiais. No entanto, o problema é que não tenho muito o que dizer pois tudo se passa no escuro, com chuva e tem cortes rápidos. Só dá para reconhecer o Predator pelo sangue fosforecente e o Predalien pelos dreadlocks idiotas. Aquele filme amador Batman: Dead End tem Predators e Aliens MUITO mais convincentes...

Em suma, o filme não presta para nada. Mesmo para aqueles que porventura tenham adorado AVP, sugiro que fiquem distantes de AVPR. Terei que rever Alien e Aliens umas 5 vezes seguidas cada para apagar da minha mente essa idiotice.

Nota: 0 de 10

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Club du Film: Pinocchio e Nosferatu

Toda semana eu e mais três amigos nos reunimos para ver um filme contido na lista de 100 do Roger Ebert no livro The Great Movies. Estamos há quase 3 anos nessa brincadeira e decidimos que acabaremos na penúltima semana desse ano, quando os 3 anos efetivamente completar-se-ão.

Para isso, ontem, decidimos assistir dois filmes de uma vez e escolhemos os dois mais curtos. Resultado: vimos Pinocchio e Nosferatu back-to-back. Não faz nenhum sentido, eu sei, mas foi divertido. Já tinha visto Pinocchio umas 10 vezes antes mas ver com amigos é mais divertido pois todas os comentários sobre as conotações pedófilas, atitudes gays e o quanto a Fada Azul é jeitosinha saíram... Foi, definitivamente, uma outra forma de assistir ao desenho do narigudo mais famoso do cinema.

Nosferatu - o do mestre F.W. Murnau, não o do Herzog - é um filme sensacional. É o precursor dos filmes de monstro e vampiros. A atuação de Max Schreck como o narigudo Count Orlock é inacreditável e o trabalho do maquiador foi sensacional, criando uma das mais horripilantes encarnações do bom e velho Dracula. A iluminação cria uma atmosfera aterradora, muito diferente dos sustos baratos dos filmes de terror atuais. É muito bacana imaginar como deve ter sido a reação da pláteia lá pelos idos de 1922, quando esse filme foi lançado.

O único senão - que não levo em consideração em minha nota abaixo - é a versão do filme que assistimos: algum cretino resolveu colocar como trilha sonora desse filme (que é mudo) músicas cantadas do grupo de rock Type O Negative. Nada contra o grupo mas a trilha não tem nada a ver com a atmosfera macabra do filme e fiquei com vontade de socar o responsável por essa mutilação cinematográfica. Sorte que eu já tinha assistido o filme com uma trilha bem mais satisfatória...

Nota de Pinocchio: 8 de 10

Nota de Nosferatu (descontando a trilha imbecil): 9 de 10

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Crítica de filmes: Buñuel

A cada filme que vejo do diretor espanhol Luis Buñuel, mais fascinado fico.

Há muitos anos vi Belle de Jour e considerei um dos mais sensacionais filmes que havia visto e isso sem nem saber quem foi Buñuel.

Há pouco tempo - uns 2 anos - passei a, vagorosamente, tentar ver tudo que ele fez. Ainda estou longe de ver os 34 filmes que ele dirigiu entre 1929 e 1977. No entanto, os sete filmes que vi são brilhantes. A única gradação que existe para eles são "muito brilhantes" e "menos brilhantes", como se fosse A+, A e A- em um prova.

Un Chien Andalou, primeiro filme dirigido por ele, em parceria com Salvador Dalí (!!!) é genial em todos os seus 16 minutos de surreal duração. Não tem como explicar, só vendo para crer (não propriamente para entender).

Ensayo de un crímen é a estória de um serial killer contada pelo próprio, em flashback. Só a mente do diretor para bolar algo tão sensacional!

Los Olvidados é um seríssimo filme sobre "juventude transviada" no México. Há claras e fortes denúncias sociais, mostrando a capacidade camaleônica do diretor.

Abismos de Passión é um ensaio fervoroso sobre amor e ódio.

Belle de Jour narra a famosa estória de uma linda mulher da alta sociedade que, à tarde, se prostitui. Doentio mas inacreditavelmente sensacional.

El Angel Exterminador é a surreal estória de convidados para um sofisticado jantar que, por uma inexplicável razão, não conseguem sair da festa. Só vendo para conceber.

Viridiana é uma virulenta crítica à Igreja Católica (algo que, aliás, ele deixa permear por todos os seus filmes) capitaneada pela futura freira que dá nome ao filme. Ela visita seu tio, logo antes de "entregar-se a Deus" e ele tenta estuprá-la mas desiste e, em seguida, se mata, iniciando a segunda parte de uma estória que só vai ladeira abaixo. A cena final - do jogo de cartas - é simplesmente perfeita.

Continuarei na luta para tentar completar a filmografia desse gênio da Sétima Arte e, como ele está em uma categoria acima, não vou nem me dar ao trabalho de dar notas aos seus filmes.

sábado, 2 de agosto de 2008

Crítica de filme: Rambo

Em um belíssimo país coberto por florestas, uma aventura romântica se inicia.

Ele, um velho e solitário sábio, cansado do que o mundo fez - ou deixou de fazer - por ele. Ela, uma bela e inocente mulher, em missão humanitária. Os dois se encontram no mais improvável lugar e iniciam um lindo amor platônico que, claro, só poderia acabar em catástrofe.

Quando o mundo ao redor dela acaba, junto com toda sua inocência, cabe ao velho sábio sair de sua reclusão e colocar as coisas em perspectiva, demonstrando seu verdadeiro id. As cenas de beleza onírica, tracejada pela beleza lírica natural do local, são extremamente bem executadas, com generosos closes em cenas cortantes e poderosas.

Tudo isso, claro, com a vantagem de servir de pano de fundo para uma denúncia social, de grave crise humanitária. O final nos deixa com lágrimas nos olhos e faz referência à um clássico do cinema oitentista.

Ah, esqueci de informar o nome do velho sábio que sai de sua reclusão e é obrigado a mostrar sua verdadeira natureza: John J. Rambo...

Nota: 8 de 10

Crítica de show: Joe Satriani no Rio de Janeiro

Perdi a conta de quantas vezes assisti shows do Joe Satriani, sozinho ou formando o G3. Deve ser maluquice minha mas o cara é muito cool.

Na quinta-feira, dia 31 de julho, fui novamente vê-lo no Citibank Hall, ex-Claro Hall, ex-Metropolitan. O show estava marcado para às 21:30h e começou atrasado... 2 minutos apenas! Pontualidade britânica.

Por 2 horas e 15 minutos, o mestre nos brindou com seus sucessos e muitas de suas músicas do mais recente disco, que tem um nome excelente: Professor Satchafunkilus and the Musterion of Rock. Ele tocou até mesmo músicas de quando eu tinha 20 aninhos (ou seja, de 15 ou 16 anos atrás): a louca mas elétrica The Time Machine e a melosa mas bonita Cryin'.

O Citibank Hall - que não estava lotado mas também não estava vazio - veio abaixo com os grandes sucessos de Joe, com o show de baixo de Stuart "STUUUUU" Hamm e a poderosa bateria de Jeff Campitelli.

Que venham o Joe e sua turma novamente!

Nota: 8 de 10