segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Renascimento das cinzas

A primeira temporada teve 24 episódios e, basicamente, revolucionou os seriados modernos de TV, pegando ganchos em séries de mistério como X-Files. O final foi fantástico e eu mal podia esperar pela segunda temporada. Ela veio e, com seus 23 episódios, não desapontou, apesar da existência de alguns episódios que não necessariamente impulsionavam a trama. Aí veio a terceira temporada, com 22 episódios e a série começou a fazer água, com um grau de enrolação muito grande, poucos mistérios resolvidos e muita lenga-lenga.

Do que estou falando? De Lost, claro. Acabei de ver a quarta temporada e posso dizer que os roteiristas finalmente perceberam o que tinham em mãos e não deixaram a peteca cair como na temporada anterior.

*** SPOILERS LEVES NOS PRÓXIMOS PARÁGRAFOS! ***

Como todos sabem, Lost se passa em uma ilha deserta (mas não tão deserta) em que um grupo de sobreviventes de um acidente de avião tenta se virar. A primeira temporada tinha muitos mistérios (Urso polar em uma ilha tropical? Um monstro espreitando os sobreviventes?). A segunda temporada aprofundou nos mistérios, sem se preocupar nem um pouco em resolver os mistérios anteriores. Mas, ok, ainda era empolgante. A terceira temporada continuou sem resolver os mistérios e resolveu dar uma guinada meio religiosa, meio messiânica, que tornou a série uma verdadeira porcaria. O que a salvou foi seu sensacional último episódio que, diferente dos demais, que apresentavam flashbacks sobre os personagens, terminou com um excelente e originalíssimo flashforward.

A quarta temporada usa esse gancho magistralmente e já inicia na pancadaria. Com uma temporada reduzida, já que os criadores determinaram que a série teria apenas mais 3 temporadas, cada uma de 16 episódios (sendo que a quarta teve 14 devido à greve dos roteiristas de Hollywood no final do ano passado e começo de 2008), cada episódio tornou-se extremamente relevante para o desenrolar da estória. Piscou, perdeu alguma coisa importante.

Alguns mistérios são explicados, outros são parcialmente explicados mas, em linhas gerais, ainda há muita coisa sem qualquer traço de lógica mas que começam a funcionar como um quebra-cabeças funciona quando você passa da sua metade e já começa a delinear o todo. O uso de flashforwards é misturado com outras ótimas formas de flashes que não vou listar aqui para não estragar as surpresas e uma das maiores suspeitas que os fãs tinham sobre a misteriosa ilha é confirmada (fiquem tranqüilos, não vou contar). O legal dessa revelação é que todo mundo já esperava e os roteiristas não deram uma de Agatha Christie, inventando uma explicação completamente desconectada com a linha geral da estória.

E, nesse ritmo frenético, a quarta temporada termina exatamente onde a terceira começou, criando um círculo perfeito e bem bolado, que mostra que os criadores de Lost, apesar de terem tentado esticar a estória com a fraca terceira temporada, sabiam aonde queriam chegar.

Em suma, com a quarta temporada a séria volta à sua forma total e merece ser conferida. O problema vai ser esperar pelas duas temporadas finais!

Nota: 8 de 10 (para comparação, diria que a Primeira Temporada é nota 8,5, a Segunda é nota 7,5 e a Terceira é nota 5)

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