quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Eu dormi vendo um filme!

Sim, é isso mesmo: eu dormi assistindo um filme em DVD. Sim, dormi de roncar.

E, vocês me perguntarão, qual é o problema disso? Afinal, muitas pessoas dormem em vários filmes, principalmente em casa. Minha própria esposa e vários de meus amigos são craques nessa arte. O problema é que, até ontem, eu NUNCA havia dormido em um filme, por mais desinteressante, chato, insuportável que fosse. Nunca mesmo. Eu também nunca saí do cinema ou parei de ver um DVD antes de acabar o filme. É uma questão de princípios e, aqueles que me conhecem, sabem que sou um cara absurdamente cheio de princípios e que eu não me desvio deles.

Até ontem...

Raios, o que foi me acontecer?

Idade talvez? Já não tenho mais meus 20 e poucos anos. Já estou nos 30 e muitos. Bom, mesmo assim, ainda sou novo o suficiente para evitar de dormir no meio de filmes. Acho que não foi isso.

Trabalho? De fato, cheguei em casa tarde e comecei a ver o filme lá pelas 10 horas da noite. Mas isso não é desculpa. Sou que nem um morcego: acordo de noite.

Cansaço natural? Até pode ser mas já estive mais cansado antes e consegui assistir maratonas de 3 filmes seguidos em cinema sem nem piscar.

Só resta uma explicação: o filme!

Seria até injusto colocar a culpa só no filme que vi mas, pensando bem, acho que não tem jeito mesmo não. Sou muito osso duro de roer para dormir em filmes. A diferença é que, por mais eclético que seja meu gosto cinematográfico e por mais disposto que esteja de assistir as maiores porcarias possíveis (afinal, sobrevivi à Battlefield Earth), não estava esperando algo tão completamente despojado de sentido sobre a vida de uma pessoa que eu absolutamente nunca me interessei e, agora, praticamente odeio com todas as minhas forças.

Que filme é esse? I'm not there, dirigido por Todd Haynes, que conta a vida do cantor Bob Dylan.

Gosto não se discute, isso é fato. Portanto, escudado dessa premissa, aí vão meus comentários na versão light sobre o bardo: Bob Dylan tem uma aparência asquerosa, jeito de nerd que viveu a vida inteira em uma caverna, canta como se estivesse gargarejando Listerine e, ainda por cima, as canções são ruins. Não havia a menor possibilidade de eu gostar de um filme sobre Bob Dylan, isso eu já sabia de saída. Eu assisti A Hard Day's Night sobre os Beatles e, mesmo sabendo que eu iria detestar pois não gosto da banda, não desgrudei os olhos da tela. É bem verdade que saí odiando ainda mais os Beatles mas, pelo menos, eu não dormi.

No caso de Bob Dylan, como vocês sabem, eu dormi. Com 50 minutos de filme, eu estava conversando com Morfeu (e não, esse Morfeu não é o cara de Matrix das pílulas coloridas). O filme tem 135 minutos...

Acho que o diretor ou superestimou a vida idiota do Bob Dylan ou subestimou a inteligência dos espectadores. O filme é uma costura de momentos da vida do cantor, cada um deles vivido por atores diferentes. E diferentes mesmo: Christian Bale, Richard Gere, Cate Blanchett e outros. 

Acontece que nada faz sentido. É verdade que pode ser minha burrice mas olha que eu já vi muito filme metido a cabeça e me saí muito bem. Esse foi dose. Acho que teria ajudado se eu conhecesse o repertório de Dylan mas acredito, também, que um filme deve ter vida própria e esse, definitivamente não tem. Só viciados em Dylan é que têm chance de entender alguma coisa.

Eu dormi. E, posso dizer, não me arrependo.

Não vou dar nota pois não vi o filme inteiro e, se não fosse locação, queimava o disco em uma fogueira ritual, acesa em cima de um pentagrama...

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."