segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Um pequeno tour pelos bastidores de um grande cinema

Levaram-me para fazer um passeio pela história do cinema El Capitan, de propriedade da Disney. Ele fica localizado na Hollywood Boulevard, em Los Angeles, em frente ao Hollywood & Highland (onde fica o Kodak Theatre, sede da noite do Oscar).

Trata-se de um cinema único e especial, que a Disney comprou junto com o Pacific Theatres (dono do Cinerama que discuti abaixo) em 1989 e restaurou ao seus mínimos detalhes originais de 1926, quando foi inaugurado. Isso quer dizer que a decoração é bastante brega, com detalhes dourados, papéis de parede coloridos e carpetes em tons de verde. Acontece que, para obter os incentivos fiscais para a reforma, a Disney teve que fazer o cinema voltar a ser como era em sua origem. Na década de 20, Charles Toberman, chamado de "pai de Hollywood", foi responsável pela construção de diversos cinemas, sendo que três deles eram especiais e temáticos, construídos junto com Sid Grauman. O El Capitan era um deles, junto com os também famosos Chinese e Egyptian Theatres. Obviamente, não eram cinemas em sua origem, mas sim teatros.
De 1926 a 1989 o El Capitan passou por diversas reformas, sendo pintado e repintado diversas vezes. Foi uma verdadeira escavação arqueológica o que a Disney fez pois tudo está de volta como era e, agora, 100% dedicado a dar a melhor experiência cinematográfica possível ao espectador. O grande diferencial do El Capitan não é que ele seja o cinema em que todos os lançamentos da Disney estréiam. Na verdade, a grande jogada é o oferecimento de algo a mais. Phil Collins cantou lá na abertura de Tarzan. Sting fez o mesmo no lançamento de The Emperor's New Groove. Só de curiosidade, o primeiro filme da Disney que estreou por lá depois da reforma foi o ótimo The Rocketeer.

No dia que visitei o cinema, estavam projetando A Nightmare Before Christmas em 3D. Caso não saibam, desde o lançamento desse filme há 15 anos, ele é reprisado por uma ou duas semanas logo antes do Halloween e, nos últimos 3 anos, foi convertido para o 3D. Vi 10 minutos e posso dizer que é sensacional.

Voltando ao cinema propriamente dito, antes da abertura dos filmes, um órgão dourado surge do chão e é tocado para a platéia. Senti-me como se estivesse assistindo ao Fantasma da Ópera. O orgão foi outra achado da Disney que o comprou das sobras de um outro cinema em San Francisco que tinha nada mais nada menos que 6 mil lugares (o El Cap tem 1.100)! Imagina só um cinema com 6 mil pessoas assistindo a um filme. Devia ser uma experiência impressionante. Pena que não existe mais. Depois, o orgão desce novamente e um show de cortinas (!!!) começa. É que, lá pelos idos de antigamente, a sofisticação de um teatro era medida pela quantidade de cortinas que tinha. O El Capitan tem 3, cada uma diferente da outra, sendo que a últimá é um show de luz digno de uma parada na Disneyworld.

O El Capitan é definitivamente um grande cinema mas, sem querer ser chato, empalidece diante do Cinerama Dome.

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