terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Anos 80

Ainda que seja uma parte razoavelmente curta de Meu Nome Não é Johnny, os anos 80 estão lá presentes e foi delicioso revivê-los brevemente. Não a parte das drogas, claro, mas sim as gírias e roupas da época e do comecinho da década de 90. 

O filme está entre os brasileiros mais bem dirigidos que já vi, com edição segura, figurinos perfeitos e estória bem cativante. Selton Mello está ótimo como o João Guilherme Estrella e Cleo Pires está também muito competente como sua namorada superficial. A estória, como todos devem saber é verdadeira e trata da ascensão e queda do personagem título, um playboy da Zona Sul do Rio de Janeiro que acaba se envolvendo no tráfico internacional de drogas.

A tecnicidade do filme não esconde um defeito, que é mais culpa da realidade do que do filme: a estória de João Guilherme Estrella dá glamour à vida desregrada de drogas. Nada no filme realmente condena a atitude do protagonista em consumir e traficar narcóticos pesados, nem mesmo a pena em que ele é condenado. Aliás, até sua atitude de mártir durante o julgamento nos ajuda a ter "dó" de João Guilherme. Se vocês notarem, até o poster do filme é mais focado no fator "cool" de Johnny do que nos problemas das drogas (vejam aí em cima). 

Sei lá. Chamem-me de antiquado mas, no meu livro, o filme perde por isso. Vejam esse filme mas completem com Requiem for a Dream do Aronofsky, por uma questão de equilíbrio de pontos-de-vista.

Nota: 7 de 10

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."