domingo, 18 de janeiro de 2009

Club du Film - Ano IV - Semana 03: Buster Keaton


Há três anos, no dia 28 de dezembro de 2005, eu e alguns amigos decidimos assistir, semanalmente, grandes clássicos do cinema mundial. Esse encontro ficou jocosamente conhecido como Club du Film. Como guia, buscamos o livro The Great Movies do famoso crítico de cinema norte-americano Roger Ebert, editado em 2003. Começamos com Raging Bull e acabamos de assistir a todos os filmes listados no livro (uns 117 no total) no dia 18.12.2008. Em 29.12.2008, iniciamos a lista contida no livro The Great Movies II do mesmo autor, editado em 2006. São, novamente, mais 100 filmes. Dessa vez, porém, tentarei fazer um post para cada filme que assistirmos, com meus comentários e notas de cada membro do grupo (com pseudônimos, claro).

Filme: Buster Keaton (Seven Chances, The Balloonatic, Neighbors)

Diretor: Buster Keaton

Ano de lançamento: 1925, 1923 e 1920, respectivamente

Data em que assistimos: 15.01.2009

Crítica: Roger Ebert, dessa vez, não indicou um filme, mas sim um diretor/ator/roteirista/produtor: Buster Keaton.

Em seu primeiro livro, o crítico destacou The General, um magistral filme do famoso comediante, todo ele passado em cima de um trem, com malabarismos sensacionais do ator, conhecido por seu rosto impassível, sempre sério. Como Ebert não fez nenhuma sugestão específica ao mencionar o nome de Keaton mas sim tratou de elogiá-lo até o último grau, decidimos assistir 3 curta-metragens do mestre, de anos anteriores ao clássico The General.

O primeiro, Seven Chances, conta a estória de um contador rico mas que está prestes a falir. Ele nunca consegue pedir a mão de sua amada em casameto, por pura timidez. Um dia, chega para ele a notícia que ele herdaria 7 milhões de dólares (em 1925 isso deveria ser o correspondente a centenas de milhões de dólares hoje em dia) mas somente se estivesse casado até as 7 horas da noite do dia do seu 27º aniversário. Claro que o dia em que ele recebe a notícia é o dia do seu 27º aniversário e ele sai desesperadamente para pedir sua amada em casamento e consegue. No entanto, ao explicar as circunstâncias, ela fica ofendida e o recusa. Ele e seu sócio, então, partem para pedir todas as mulheres que aparecem na frente deles em casamento. O filme é uma sucessão de gags impressionantes. Chama especialmente atenção o atletismo de Keaton, notadamente na cena da avalanche de pedras. Em uma época em que não havia ainda efeitos digitais, o que Keaton alcançou é para lá de embasbacante.

O segundo, The Balloonatic, conta a estória de um homem que, por acidente, entra em um balão e vai parar em uma bucólica floresta, onde encontra perigo, aventura e, claro, o amor. Apesar do título, o filme tem apenas 1 minuto de balão. O resto se passa às margens de um rio, onde Keaton encontra uma moça acampada. Seguem gags menos atléticas e menos interessantes do que no curta anterior. Digo menos interessantes somente porque, sem o atletismo impressionante de Keaton, "só" sobram aquela piadas visuais que, hoje em dia, estamos cansados de ver em todos os filmes, até mesmo em desenhos animados. É muito difícil apagarmos o que temos na cabeça e apreciar o filme como se fôssemos pessoas de 1920. Se duvidar, foi o próprio Keaton que inventou a maioria das palhaçadas que vemos nos desenhos do Pica-Pau, por exemplo. Por exemplo, em determinada hora, Keaton aparece remando uma canoa tipo indígena pelo rio só para descobrimos, em momento seguinte, que há um furo na canoa e Keaton está, na verdade, com os pés no fundo do rio, andando. 

Neighbors, o terceiro e último filme que vimos, trata de Keaton apaixonado pela vizinha, sendo que o pai dela, claro, é contra o romance. O filme praticamente se passa no espaço vazio - dividido por uma cerca de madeira - entre dois prédios vizinhos. Keaton cria situações inacreditáveis nesse espaço aparentemente limitado. Há acrobacias circenses, gags engraçadíssimas e muito pastelão. O filme é um grande exemplo de originalidade de roteiro especialmente se conseguirmos enxergá-lo com olhares despidos do que conhecemos hoje. 

Moral da estória: Keaton era um gênio da comédia, talvez o melhor de todos os tempos. Exagero? Talvez. Mas julguem por vocês mesmos, prestigiando o comediante e vendo seus filmes. Não se arrependerão, eu garanto.

Notas (gerais, não por cada filme):

Minha: 9 de 10
Klaatu: 9 de 10
Barada: 9 de 10
Nikto: 8,5 de 10

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