domingo, 18 de janeiro de 2009

Crítica de filme: The Curious Case of Benjamin Button (O Curioso Caso de Benjamin Button)


Poucos filmes me deixaram tão na dúvida se gostei ou não gostei dele como The Curious Case of Benjamin Button. Ele tem tudo para ser adorado mas, sei lá, fiquei meio em cima do muro. Façamos, então, um check-list.

Tem um grande diretor? Sim, David Fincher, o mestre que dirigiu Seven, Fight Club (um de meus filmes favoritos), The Game, Panic Room e Zodiac.

Um grande elenco? Sim, Brad Pitt no papel título, Cate Blanchett como Claire, seu amor de "infância", Tilda Swinton como Elizabeth, esposa de um diplomata inglês na União Soviética e amante de Benjamin e Jarred Harris como o mentor de Benjamin, Captain Mike.

Uma estória original? Sim, baseada em conto de F. Scott Fitzgeral, o filme conta a estória de Benjamin, que nasce de um parto complicado em que sua mãe morre e, por ter uma aparência bizarra, o pai o renega e o deixa em um asilo de idosos em New Orleans. Lá, ele é adotado por Queenie, uma negra que cuida dos idosos e que logo descobre que Benjamin, na verdade, nasceu velho e vai rejuvenescendo a cada dia. Benjamin, em idade avançada, apaixona-se pela menina Claire (que, adulta, seria vivida por Cate Blanchett), reencontrando-a quando ele está mais novo 20 anos e ela mais velha 20 anos.

Efeitos especiais bons? Sim, sensacionais. O rejuvenescimento de Benjamin e o envelhecimento dos demais personagens, misturando efeitos práticos de maquiagem com efeitos de computação gráfica, são inacreditáveis, lembrando muito os brilhantes efeitos de Forrest Gump. Aliás, a própria estória de Benjamin se confunde um pouco com a de Forrest, já que ambos atravessam décadas participando, de uma forma ou de outra, de vários momentos históricos importantes (não coincidentemente, o roteirista de Forrest Gump, Eric Roth, é o mesmo do filme de Fincher).

Uma boa fotografia? Certamente. Belíssima fotografia durante todo o filme, começando na New Orleans dos anos 20, passando pela União Soviética logo antes da Segunda Grande Guerra, Nova Iorque, Índia e outros locais.

O que faltou então? 

Acho que o filme, que obviamente trata da nossa relação com a morte e sobre como o tempo é inexorável, não perdoando ninguém, é bastante repetitivo nesses temas, ao ponto da exaustão. Creio que, também, a escolha de Fincher de iniciar o filme no presente, com Cate Blanchett em seu leito de morte, na época da chegada do furacão Katrina em New Orleans, não foi muito feliz. O problema é que Fincher quebra a estória de Benjamin, que é lida pela filha de Cate Blanchett no diário de Benjamin. Por muitas vezes o diretor para a estória e volta ao presente, tornando o ritmo do filme meio claudicante. Os efeitos especiais, apesar de sensacionais, não são perfeitos. Lembro-me de ter ficado mais impressionado com Forrest Gump, ao ponto de jurar de pés juntos que Gary Sinise - que não conhecia à época - não tinha mesmo as duas pernas e que o efeito especial tinha sido colocar as duas pernas nele para o início do filme. Os problemas dos efeitos aparecem logo no começo com Benjamin muito idoso, em que uma "cabeça velha de Brad Pitt" foi colocada no corpo de computação gráfica de uma criança e no fim, quando Benjamin está muito novo, com menos de 20 anos, em que vemos uma pele bastante artificial. Sei lá. Foi o suficiente para me distrair e quebrar a "quarta parede".

Mas, claro, os defeitos do filme perdem um pouco sua força quando nos deparamos com o esforço do diretor em retratar tudo com perfeição, com figurinos, sotaques, set dressings e iluminação perfeitos. A estória, para lá de original, também ajuda muito, com momentos bem comoventes (mas talvez não tão comoventes assim como se esperaria de filmes como esse). 

Não querendo ser injusto com a obra, acho que dá para dizer que gostei do filme, mas com muitas reservas.

Nota: 7 de 10

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