terça-feira, 31 de março de 2009

Club du Film - Ano IV - Semana 12: The Hustler (Desafio à corrupção)


Há três anos, no dia 28 de dezembro de 2005, eu e alguns amigos decidimos assistir, semanalmente, grandes clássicos do cinema mundial. Esse encontro ficou jocosamente conhecido como Club du Film. Como guia, buscamos o livro The Great Movies do famoso crítico de cinema norte-americano Roger Ebert, editado em 2003. Começamos com Raging Bull e acabamos de assistir a todos os filmes listados no livro (uns 117 no total) no dia 18.12.2008. Em 29.12.2008, iniciamos a lista contida no livro The Great Movies II do mesmo autor, editado em 2006. São, novamente, mais 100 filmes. Dessa vez, porém, tentarei fazer um post para cada filme que assistirmos, com meus comentários e notas de cada membro do grupo (com pseudônimos, claro).

Filme: The Hustler

Diretor: Robert Rossen

Ano de lançamento: 1961

Data em que assistimos: 24.03.2009

O 12º filme do Ano IV do Club du Film foi The Hustler. Trata-se, talvez, do melhor filme estrelando Paul Newman, no papel-título. Interessante notar que Paul Newman, décadas depois, voltou ao mesmo papel, dessa vez no filme Color of Money, também com Tom Cruise, uma espécie de continuação de The Hustler.

O filme é long, 130 minutos e se utiliza de cada minuto para construir o personagem de Newman, o jogador de sinuca Eddie Felson. Ele ganha a vida fingindo que não joga nada para engabelar incautos a fazerem apostas altas e, no momento que todo mundo pôs dinheiro na mesa, ele sai jogando toda a sinuca que sabe para ganhar os jogos. Ele chega em Minnesota e sai à procura de Minnesota Fats, considerado o melhor jogador de sinuca do mundo. Durante 48 horas, ele sai em um embate com Fats mas sua impaciência e falta de classe, o faz perder o jogo que começa ganhando.

Sentido-se derrotado e querendo vingança, Felson aceita ser o pupilo do mafioso Bert Gordon (George C. Scott, sensacional) que vive a vida de enganar os outros (é um "hustler" profissional de alto nível, enquanto Felson é ainda principante). Nesse ínterim, Felson começa a namorar uma fumante bêbada e manca chamada Sarah Packard (Piper Laurie, também sensacional) e acaba tendo que escolher entre ela e Bert, em um desdobramento trágico.

Na verdade, o filme todo é uma tragédia e a grande mágica do diretor é colocar nós espectadores como profundos conhecedores da vida de cada um dos personagens. Esse filme não foca somente em Felson mas também nos chamados coadjuvantes. Conhecemos bem Bert e também Sarah e simpatizamos ou não com eles. São personagens ricos, que o diretor efetivamente investe tempo contruindo-os. Poucos filmes hoje em dia se permitem esse "luxo" e eu mesmo não estava acostumado a ver tanta dedicação a esse aspecto.

Além disso, a filmagem em preto-e-branco, quase que integralmente dentro de algum lugar (normalmente casas de sinuca) é brilhante, dando destaque aos olhares dos personagens.

O filme, porém, em alguns momentos, se arrasta e isso o faz perder pontos. Merece aplausos pela construção dos personagens mas poderia ter feito isso um pouquinho mais rápidos.

Notas:

Minha: 8 de 10
Klaatu: 7 de 10
Barada: 8 de 10
Nikto: 7,5 de 10

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."