domingo, 22 de março de 2009

Crítica de show: Iron Maiden em Interlagos


O Iron Maiden é, sem dúvida, um dos maiores grupos de rock na ativa de todos os tempos. Desde a volta da formação original, com o disco Brave New World em 2000, o grupo não pára de criar e de surpreender. E, de fato, a turnê Somewhere Back In Time surpreende e não por ser uma turnê de disco novo mas sim exatamente o contrário.

Sabedores que seus fãs adoram as músicas novas mas idolatram as clássicas, Bruce Dickinson e sua galera conceberam um show retrô, homenageando os hits do passado. Assim, utilizando o clássico álbum ao vivo "Live After Death" como base, criaram um repertório de músicas oitentistas que há muito eles não tocavam. Para se ter uma idéia, a música mais nova do set list é "Fear of the Dark", do álbum homônimo, lançado em 1992. O set list completo foi:

1. Aces High
2. Wrathchild
3. 2 Minutes to Midnight
4. Children of the Damned
5. Phantom of the Opera
6. The Trooper
7. Wasted Years
8. Rime of the Ancient Mariner
9. Powerslave
10. Run to the Hills
11. Fear of the Dark
12. Hallowed be thy Name
13. Iron Maiden

BIS

14. The Number of the Beast
15. The Evil that Men Do
16. Sanctuary

Com essas músicas, por certo, não havia como o show ser nem próximo de ruim. Dito e feito, o show foi excelente, irretocável. A vitalidade dos quase anciães membros do grupo é sempre algo inacreditável. Bruce corre, pula, clama pela participação da galera e consegue cantar (sem playbacks!) as notas mais altas. O fôlego do cara é monstruoso.

Ano passado, o Iron Maiden veio com esse mesmo show para São Paulo e, àquela época, em vista da resposta do público, Bruce prometeu que retornaria. Quase exatamente um ano depois, o Iron retornou para vários novos shows no Brasil (não só um como no ano passado) e, o melhor de tudo, Bruce alterou um pouco o set list, retirando Revelations, Can I Play With Madness, Moonchild e Clairvoyant e incluindo Phantom of the Opera, Hallowed be thy Name, The Evil that Men Do e Sanctuary. Em minha modesta opinião, Bruce conseguiu melhorar o que já era perfeito. Quanto ao palco, o Iron Maiden também cumpriu sua outra promessa: diferente do ano passado, quando trouxe um show sem pirotecnica, esse tinha fogos de artifício, explosões, labaredas e, claro, dois Eddies, um de Powerslave gigantesco e outro, sensacional, de Somewhere in Time!

E, para o delírio da galera, um novo disco de estúdio foi anunciado para 2010 e mais uma turnê para 2011. Que venha o Iron Maiden quantas vezes forem possíveis!

Uma nota final: já fui a três shows de rock/pop em SP e sempre tive experiências muito boas. Dessa vez, porém, apesar de ter gastado uma grana com o ingresso para a Pista Premium, deparei-me com um mar de lama, uma pista desnivelada e escadas para se ter acesso a ela. Interlagos, definitivamente, não funciona para shows e a organização deveria ter pensado nisso antes e dado um jeito. A saída, então, foi um pesadelo. Coisa de organização tipicamente brasileira mesmo...

Mas a falta de estrutura da organização não diminui a qualidade do show e vou desconsiderá-la aqui, para fins de nota.

Nota: 10 de 10

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