quinta-feira, 11 de junho de 2009

Crítica de filme: Defiance (Um Ato de Liberdade)

O trailer desse filme me pareceu muito interessante: foragidos na floresta durante a Segunda Guerra atacam nazistas. Depois, descobri que o filme não era bem sobre isso e acabei deixando ele sumir de meu radar, apesar de estrelar dois bons nomes do cinema, Daniel Craig (o novo 007) e Liv Schreiber (o Dentes-de-Sabre do filme recente do Wolverine).

Assim, acabei vendo esse filme no avião, indo para os Estados Unidos. Diferentemente dos outros "filmes de avião", que normalmente são filmes que sei que serão ruins mas, já que estou no avião, não custa ver, Defiance era um que queria ver e, depois de assistir, até fiquei chateado por não ter visto na tela grande do cinema.

Com todo respeito, Defiance é um dos poucos filmes sobre o Holocausto que não vitimiza o povo judeu. Defiance é, claro, um filme de sobrevivência, vida difícil e muita tristeza, mas é também um filme que mostra os judeus se unindo também para lutar contra a opressão nazista. Há vingança no ar. 

Digo isso pois essa "vitimização" do povo judeu, mostrando-os até como covardes (algo que estão longe, mas muito longe de serem) foi o que me incomodou profundamente em The Pianist (O Pianista). Nesse outro filme, Adrien Brody encarna um judeu que vive a vida em fuga, sem tentar reagir e, pior, sem ao menos dizer um "obrigado" para as pessoas que o ajudam. Pode até ser o que efetivamente aconteceu com o personagem mas, mesmo assim, o filme me deixou chateado e ressabiado para filmes sobre o Holocausto.

Corta para Defiance. 

Nessa estória, três irmãos judeus que viviam na Bielorrússia (país, aliás, que conhecerei no final do mês) fogem, depois de seus pais serem assassinados pelos nazistas. Na floresta onde cresceram brincando, os irmãos Bielski (Tuvia, vivido por Daniel Craig; Zus, vivido por Liev Schreiber e Asael, vivido por Jamie Bell) se tornam líderes de um enorme grupo de refugiados judeus, ajudando-os a sobreviver em terríveis condições. Tuvia e Zus, os líderes, têm posturas diferentes em relação aos nazistas: Tuvia até tenta se vingar dos alemães mas seu instinto de sobrevivência e seu amor por seu povo o transforma no verdadeiro salvador do grupo que comanda; Zus, amargo, se alia à resistência soviética e parte efetivamente para destruir os nazistas. 

O filme, então, conta a estória dessas duas frentes, a luta pela sobrevivência do grupo de judeus (mais de mil pessoas) e a luta armada da resistência soviética que, diga-se de passagem, é preconceituosa em relação aos judeus. 

O filme também nos conta sobre a força da união de uma família e de um povo e do que eles são capazes, sejam atacando seus opressores ou defendendo-se mutuamente. Todos trabalham e vivem da melhor forma possível, em condições precárias, sem ajuda de mais ninguém e com a fome à espreita. 

Poucos sabem, mas a Bielorrússia foi um dos países que mais sofreu com o Segunda Guerra, tendo 25% de sua população total dizimada. Quase a integralidade do povo judeu da região foi morto. Mas a estória da família Bielski é impressionante e de tirar o fôlego. Seria inacreditável se não fosse verdadeira.

Nota: 8 de 10

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