sábado, 22 de agosto de 2009

Club du Film - Ano IV - Semana 21: The Searchers (Rastros de Ódio)



Há pouco mais de três anos e meio, no dia 28 de dezembro de 2005, eu e alguns amigos decidimos assistir, semanalmente, grandes clássicos do cinema mundial. Esse encontro ficou jocosamente conhecido como Club du Film. Como guia, buscamos o livro The Great Movies do famoso crítico de cinema norte-americano Roger Ebert, editado em 2003. Começamos com Raging Bull e acabamos de assistir a todos os filmes listados no livro (uns 117 no total) no dia 18.12.2008. Em 29.12.2008, iniciamos a lista contida no livro The Great Movies II do mesmo autor, editado em 2006. São, novamente, mais 100 filmes. Dessa vez, porém, tentarei fazer um post para cada filme que assistirmos, com meus comentários e notas de cada membro do grupo (com pseudônimos, claro).

Filme: The Searchers (Rastros de Ódio)

Diretor: John Ford

Ano de lançamento: 1956

Data em que assistimos: 28.07.2009


Crítica: Não tem como não apreciar esse filme. Trata-se de uma saga de cowboys, com visuais lindíssimos, quase inacreditáveis. Se eu não soubesse que o filme é de 1956 e em grande parte filmado em locação em Monument Valley, no Arizona, eu diria que tudo era fruto de computação gráfica.

John Ford fez mais uma grande obra, estrelando o eterno cowboy John Wayne, no que talvez seja seu melhor papel, o amargurado veterano da Guerra Civil Ethan Edwards. Ele volta para sua casa apenas para, pouco tempo depois, índios matarem sua família e capturarem duas duas sobrinhas. Ele logo reune um grupo para caçar os índios e recuperar as meninas e, em pouco tempo, acha o corpo de uma delas, a mais velha. A pequenina, Debbie Edwards (vivida, quando mais velha, pela belíssima Natalie Wood) continua com os índios. Durante muitos anos, Ethan e seu sobrinho Martin (Jeffrey Hunter), vão ao encalço dos índios, mais precisamente do chefe chamado Scar (Henry Brandon, ator branco, vivendo um índio). O que começou como uma caçada para recuperar Debbie, transformou-se, para Ethan, em um cruzada para achá-la e matá-la, já que ele não pode aceitar que ela se torne uma índia.

O preconceito corre solto no filme. Ethan não poupa nem mesmo Martin, seu sobrinho, já que ele é tem 1/8 de descendência indígena. O simples fato que Ethan quer, na verdade, matar Debbie, já que ele acredita que ela se tornou uma índia, já mostra os problemas que ele tem. Mas o filme em si não é preconceituoso, apenas retrata uma época. Da mesma maneira que mostra índios maus, mostra uma tribo boa, que vive de escambo. Ao final, há uma certa redenção de Ethan e é possível até mesmo ter pena dele.

O filme tem um grande defeito que é a inclusão de uma estória paralela do romance de Martin com Laurie (Vera Miles). Há um romance, cartas trocadas durante os anos em que Martin fica longe, um quase casamento e por aí vai. É uma espécie de alívio cômico para o filme mas que definitivamente não funciona e, em determinados momentos, arrasta-o bastante. Outro ponto que chamou atenção foi a passagem de tempo pois ela é difícil de ser assimilada. Anos se passam como se fossem minutos para os espectadores. Faltou um trabalho maior de edição para passar a impressão correta.

Não obstante seus defeitos, a atuação de John Wayne e a direção e fotografia de John Ford e também a estória principal, tornam esse filme essencial na videoteca de clássicos de qualquer um que goste de cinema.

Notas:
Minha: 7 de 10
Klaatu: 7 de 10
Barada: 7 de 10
Nikto: 7 de 10

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