domingo, 16 de agosto de 2009

Crítica de filme: Brüno


Sacha Baron Cohen é um cara corajoso, não há dúvidas disso. Em Borat, seu primeiro filme-documentário-comédia, ele esculhambou o hino nacional americano em pleno rodeio cowboy no meio oeste americano, dentre outras peripécias. Tudo isso para extrair do povo americano aquilo que de pior ele têm: o preconceito enraizado.

Em Brüno, Cohen, um judeu, aparece andando com uma roupa religiosa judaica bem, digamos, "ousada", no meio de Israel. Quase é linchado por causa disso. Brüno é o personagem austríaco gay fashionista de Cohen, um total oposto do sujo e esculhambado Borat. Mas não é menos engraçado que Borat e, em alguns momentos, é até mais.

Enquanto que, em Borat, o personagem título iniciou uma saga pelos Estados Unidos para achar Pamela Anderson, Brüno faz a mesma coisa mas com o objetivo de alcançar a fama internacional. Brüno quer ser o austríaco mais famoso do mundo desde Hitler...

Brüno, completamente gay , faz de tudo para se tornar famoso, começando pelo "branqueamento anal", passando pela tentativa de obter a paz no Oriente Médio e acabando com a adoção de um bebê negro (que ele despacha no avião e chega pela esteira de malas do aeroporto de Los Angeles, em um caixa - impagável!).

Brüno parece ser muito mais "roteirizado" do que Borat mas isso não estraga o filme já que o bacana é ver as mais absurdas reações das pessoas que travam diálogos com o protagonista. Brüno convence Paula Abdul a se sentar em mexicanos (sim, literalmente 3 mexicanos de quatro) para fazer uma entrevista, extrái um hilário diálogo machista de um psicólogo que converte homossexuais em heterossexuais e obtém frases das mais absurdas contra os homossexuais da boca de várias pessoas. Em determinado momento, ele azara um ex-terrorista em plena faixa de Gaza e o cara o expulsa de casa, falando em árabe, quase mandando um homem bomba contra Cohen. Não sei como Cohen consegue fazer isso e muito menos entendo como sobreviveu até agora.

De toda forma, é fato que Cohen nos brinda sempre com comédias brilhantes que nos mostram o pior do ser humano. Em determinado momento, ele consegue convencer uma mulher a colocar sua filhinha em um programa de emagrecimento e, caso não consiga emagrecer, a fazer lipo na garota. E tudo para a menina - já magérrima - aparecer em um sessão de fotografias vestida de nazista! Outro momento horrível é quando ele aparece em um talk show de décima quinta categoria e é quase morto pela platéia - toda de afro americanos - quando mostra seu filho adotado posando de Jesus Cristo e na banheira de hidromassagem com ele e mais outros homens.

A cena final, em um ringue de Ultimate Fighting, é de chorar de rir. A reação das pessoas em volta é um dos melhores momentos de documentário do mundo. Mas nada ultrapassa, em minha opinião, o diálogo sobre machista sobre mulheres que mencionei mais acima. É de um preconceito e de uma crueldade que não dá para acreditar que é sério. Mas o pior é que é! Esse tipo de coisa é que converte Brüno não em uma comédia brilhante mas sim em um filme que nos mostra que o mundo não tem jeito mesmo...

Nota: 9 de 10

Um comentário:

Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."