domingo, 20 de setembro de 2009

Club du Film 4.23 - Bob Le Flambeur (Bob, o Jogador)

O 23º filme do ano IV do Club du Film, foi "Bob, Le Flambeur" ("Bob, o Jogador"). assistido em 18.08.09. Trata-se de um filme francês, de baixíssimo orçamento, dirigido por Jean-Pierre Melville, em 1956, e estrelando Roger Duchesne como Robert "Bob" Montagné e, não poderia deixar de destacar, Isabelle Corey como a belíssima Anne.

O filme conta a estória da vida deprimente de Bob, um jogador inveterado, que há 20 anos anda na linha, depois de ser preso por roubo de banco. Ele vive uma vida boa mas solitária, toda noite visitando casas de jogos e apostando em tudo a toda a hora. São dados, cartas, cavalos, o que passar na frente, Bob aposta. O fruto do roubo de banco está acabando e Bob joga até seus últimos centavos.

A coisa complica quando Bob conhece a bela prostituta Anne e a apresenta ao seu pupilo Paolo (Cauchy). Os dois, pupilo e prostituta, começam um caso sob o olhar de Bob. Sem dinheiro, Bob é atraído para o "lado negro" novamente e ele e sua antiga gangue e novos membros recrutados para o evento, decidem roubar o cassino de Deauville, cidade balneária ao norte da França. Para aqueles que estão com uma sensação de deja vù, essa estória foi efetivamente a inspiração direta para as duas versões de Ocean's 11 (Onze Homens e um Segredo), a última delas com George Clooney e Brad Pitt.

É fantástica a cena em que Bob, desenhando a planta baixa do cassino em tamanho real, em um gramado, ensina como será o roubo a seus colegas. Nesse momento, o diretor faz uso de um flash forward, para mostrar a cena acontecendo em um mundo ideal, em que os bandidos entram em um cassino vazio, sem qualquer segurança. A cena é repetida ao final, mas de forma bem diferente.

Bob, muito mais do que precisar jogar, precisa viver novamente. Sua vida quieta nos últimos 20 anos não representa o que ele foi. Fica claro no filme que ele saboreia cada momento de seu plano e sua relutância inicial nada mais é do que "charme".

O diretor, um francês que adotou o sobrenome do autor norte-americano Herman Melville de Moby Dick, é econômico em suas locações e em suas filmagens. O filme parece ter sofrido muito para ser efetivamente filmado e os atores, pelo que se diz, quase nada ganharam. Mas isso não transparece no que vemos. Bob é, na verdade, um ótimo filme americano de gângster só que ambientado na França e com um quê de Nouvelle Vague. O crítico Roger Ebert, na verdade, dá a Melville, por esse filme, o título de precursor da "Onda Nova" francesa, que influenciaria a direção cinematográfica mundial por anos a fio.

Sobre o Club du Film:

Há pouco mais de três anos e meio, no dia 28 de dezembro de 2005, eu e alguns amigos decidimos assistir, semanalmente, grandes clássicos do cinema mundial. Esse encontro ficou jocosamente conhecido como Club du Film. Como guia, buscamos o livro The Great Movies do famoso crítico de cinema norte-americano Roger Ebert, editado em 2003. Começamos com Raging Bull e acabamos de assistir a todos os filmes listados no livro (uns 117 no total) no dia 18.12.2008. Em 29.12.2008, iniciamos a lista contida no livro The Great Movies II do mesmo autor, editado em 2006. São, novamente, mais de 100 filmes. Dessa vez, porém, tentarei fazer um post para cada filme que assistirmos, com meus comentários e notas de cada membro do grupo (com pseudônimos, claro).

Notas:
Minha: 8 de 10
Barada: 7,5 de 10
Nikto: 6,5 de 10

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