quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Club du Film 4.28 - Alien (Alien - O 8º Passageiro)


O 28º filme do ano IV do Club du Film foi Alien (Alien - O 8º Passageiro), assistido em 14.10.09. Trata-se de um clássico filme de ficção científica de horror, dirigido por Ridley Scott (Blade Runner e Gladiator) em 1979 e estrelado pela então quase estreante Sigourney Weaver no papel da heroína Ripley.

Alien é um filme de ficção científica que redefiniu os filmes de ficção científica. Foi em Star Wars que o conceito de "tecnologia envelhecida" foi utilizado mais largamente, ou seja, acabou com aquela estória de as naves serem limpinhas e branquinhas, sem nenhum arranhão. Alien, porém, elevou esse conceito à 10ª potência pois nos apresentou uma nave (Nostromo) e equipamentos que pareciam usados há anos e, ao mesmo tempo, com aparência de algo que efetivamente pudesse ter sido feito por nós, terráqueos. Além disso, por serem apenas sete passageiros, a sensação de solidão e abandono é palpável durante todo o filme e os corredores mal iluminados e cheios de goteiras de Nostromo formam, efetivamente, um personagem na estória. Sem a atenção a esses detalhes, Alien seria mais um filme de monstro.

Aliás, o próprio monstro é um triunfo do design. Criado pelo brilhante artista H.R. Giger (que também criou design da Nostromo), o alienígena se tornou o padrão para os monstros que vemos hoje em dia. O filme já mereceria ser visto apenas por seu design mas ele tem muito mais a oferecer.

A estória todos que não viveram os últimos 30 anos em uma caverna conhecem bem. Sete passageiros de uma nave de mineração são despertados de um sono criogênico e acabam descendo em um planeta em que um deles é atacado por um bicho esquisito (carinhosamente chamado de "face hugger"). O tal bicho, na verdadeira, coloca um "ovo" de Alien na barriga da vítima e o monstrinho simpático, ao sair, faz, digamos, uma certa bagunça intestinal... E o bichinho cresce, claro, e vai pegando cada um dos tripulantes da nave espacial. A última  sobrevivente é Ripley (uma mulher heroína era quase inédito naquela época) e ela tem que se livrar da monstruosidade.

Ridley Scott aproveita para tratar de questões extremamente atuais como, por exemplo, a manipulação de grandes corporações e, sobretudo, a relação entre o ser humano e as máquinas. Há um pouco de 2001 - Uma Odisséia no Espaço no embate entre o homem e a máquina mas Scott consegue levar a briga para um patamar mais humano, mais identificável, ainda que o embate entre Dave e Hal 9000.

E o suspense do filme é muito bem construído. Apesar da obviedade do conceito de "monstro matando um por um", Scott consegue criar uma atmosfera tensa que deixa o espectador desesperado pela fuga dos personagens, mesmo já sabendo que eles não têm chance.

Em suma, Ridley Scott fez em Alien aquilo que James Cameron faz agora em Avatar: se utilizou de uma estória simples para impressionar o espectador com visuais incríveis e uma execução bem amarrada. Mas Scott ganha de Cameron pelo elemento humano que consegue capturar com suas câmeras e com o tratando do espectador de forma 100% respeitosa, sem tentar explicar, de forma didática, tudo o que está ocorrendo.

Notas:

Minha: 10 de 10
Klaatu: 10 de 10
Barada: 10 de 10

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."