segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Crítica de filme: Fantastic Mr. Fox (O Fantástico Sr. Raposo)

Fantastic Mr. Fox (O Fantástico Sr. Raposo) é um desenho em stop-motion dirigido por Wes Anderson, baseado no livro homônimo para crianças, escrito pelo galês Roald Dahl (o mesmo que escreveu Charlie and the Chocolate Factory).

Stop-motion, para quem não sabe, é uma antiga técnica de animação que emprega bonecos e boa dose de paciência pois o animador tem que movimentá-los 24 vezes para cada segundo de filme. Essa técnica foi usada, por exemplo, no King Kong original de 1933 e posteriormente absurdamente aperfeiçoada por Ray Harryhausen em filmes como Jasão e os Argonautas (Jason and the Argonauts) (1963) e Fúria de Titãs (Clash of the Titans) (1981). Mais recentemente, a técnica tem sido usada com extrema sofisticação, dentre outros, por Henry Selick em 1993 em O Estranho Mundo de Jack (The Nightmare Before Christmas)  e em 2009 em Coraline.

Wes Anderson é o diretor de poucos mas peculiares filmes autorais como Rushmore, The Royal Tenenbaums, The Life Aquatic with Steve Zissou e The Darjeeling Limited. Posso dizer que, talvez com exceção de Rushmore, adorei todos os seus filmes.

A pergunta que fica é: qual é a relação de Wes Anderson com o stop-motion? Bom, posso dizer com certeza que, antes de Fantastic Mr. Fox, usar os dois nomes em uma frase só era impossível. Depois de Mr. Fox, fico me perguntando quando o diretor voltará para esse grau de experimentalismo.

Não se enganem. Apesar de ser animação e de ser baseado em um livro feito para crianças, Fantastic Mr. Fox não é, exatamente, um filme para crianças. Não que uma criança não possa assisti-lo. Pode sim, pois não tem violência nem palavrões mas a temática é bem adulta. Diferentemente do que vemos por aí, não é um filme para crianças que os adultos podem ver mas sim um filme para adultos que crianças podem ver.

A estória gira em torno do Sr. Raposo cuja voz é a de George Clooney e da Sra. Raposa (ou seria "Raposo" também?), uma raposa cuja voz é a de Mery Streep. Os dois vivem a vida roubando aves das fazendas vizinhas até que a Sra. Raposa revela que está grávida. É o fim da vida de aventuras do Sr. Raposo. Domado, tolhido, preso, o Sr. Raposo larga a vida de furtos e passar a ser um colunista de jornal. Com o tempo, a família acaba se mudando para uma espaçosa árvore cujo inconveniente é ser localizada em frente às fazendas de três virulentos produtores rurais: Boggis, Bunce e Bean.

O Sr. Raposo não resiste e, juntamente com um amigo Toupeira (com a voz de Bill Murray), resolve voltar ao furto. Planeja, então, uma grande operação em cada uma das fazendas mas, claro, seu plano dá errado e Boggis, Bunce e Bean contra-atacam, acabando por desalojar todos os bichos. Resta, agora, o Sr. Raposo consertar o grande problema que criou, demonstrando sua responsabilidade perante a família e seus amigos.

Usando, como de hábito, cores vibrantes e uma animação stop-motion bem simples, bem diferente das super-sofisticadas animações do já citado Henry Selick, Wes Anderson consegue ótimos efeitos que passam com perfeição os temas de tentação, a luta contra a própria natureza, a adrenalina da aventura e responsabilidade. Em muitos momentos parece que estamos assistindo àqueles antigos cartoons dos Looney Tunes ou Tom & Jerry e a sensação é muito agradável. 

Nota: 9 de 10

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