domingo, 9 de maio de 2010

Crítica de filme: Pirate Radio ou The Boat that Rocked (Os Piratas do Rádio)

Década de 60. Inglaterra.

Não deve ter havido época e lugar melhores para a música mundial. O Rock 'n Roll estava rolando solto, grandes grupos estavam se formando mas, por incrível que pareça, relativamente poucos ainda tinham acesso a tudo isso. Os piratas do rádio foram efetivamente os grandes responsáveis pela mudança total das rádios então existentes que eram só de notícias ou programas não necessariamente musicais e um pouquinho de música. Os piratas do rádio chegaram e, em pouco tempo, até serem fechados, basicamente ganharam a guerra e fizeram das rádios aquilo que conhecemos hoje: os meios mais eficientes de se divulgar música.

E eles foram piratas quase na acepção romântica da palavra pois as únicas coisas que de piratas eles não tinham eram os tapa-olhos e os papagaios nos ombros. De resto, por não poderem tocar em território britânico, ficavam navegando em barcos caindo aos pedaços pela costa da Inglaterra, tocando e transmitindo músicas para a ilha. Os primeiros grandes DJ's também surgiram nessa época.

O filme Os Piratas do Rádio conta um pouco dessa odisséia, sem, no entanto, ser efetivamente uma estória verdadeira. É mais uma amálgama de tudo que estava acontecendo àquela época.

De um lado, temos Quentin (o sensacional Bill Nighy), chefe da Radio Rock, uma rádio flutuante extremamente famosa, escutada por toda a Inglaterra. De outro lado, temos Sir Alistair Dormandy (o também sensacional Kenneth Branagh), um ministro britânico que quer por que quer arrumar uma saída legal para literalmente torpedear os piratas. No meio desse embate, há ainda outra batalha menor, essa travada entre The Count (Philip Seymour Hoffman que, desnecessário dizer e sob pena de me repetir, é sensacional), um DJ americano muito famoso na Radio Rock que tem que lidar com a volta do "Rei das Ondas do Rádio", Gavin Cavanagh (o engraçadíssimo Rhys Ifans). Temos ainda o jovem Carl, afilhado de Quentin, que chega no navio para tentar ajeitar sua vida depois que é expulso da escola. Obviamente que aquele navio é o último lugar do mundo para se tentar ajeitar sua vida. Há ainda outros espetaculares personagens como Midnight Mark, Smotth Bob e Simple Simon, todos adicionando muito sabor ao filme.

A trilha sonora é muito respeitável, com clássicos da época tocando a cada 15 segundos.

O filme é uma diversão até quando começamos a notar que ele não acaba. A estória começa lenta mas muito bacana, com o desenvolvimento correto de todos os personagens, com cenas memoráveis como a da chegada das mulheres ao barco e, principalmente, a confusão que é o primeiro amor de Carl. Piadas ótimas rolam pelo filme, umas tão engraçadas que você tem que pausar o DVD para terminar de rir sem perder nada do que está acontecendo. As investidas frustradas de Dormandy para acabar com a rádio também adicionam boas cenas ao filme. Mas, como eu disse, ele não acaba.

São 135 minutos gigantescamente longos que poderiam muito bem ter sido podados. O clímax é completamente desnecessário e funciona, literalmente, como um banho de água fria de tão longo e sem sentido. Se o diretor Richard Curtis, de Love Actually, tivesse tido mais bom senso, Os Pirtas do Rádio seria um grande filme. Ele acaba merecendo a nota que leva abaixo basicamente por sua primeira hora e pelas atuações da gangue toda (especialmente Nighy e Hoffman). O resto, realmente (e infelizmente), é um naufrágio.

Nota: 7

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."