sábado, 15 de maio de 2010

Crítica de filme: The Boondock Saints (Santos Justiceiros)

The Boondock Saints é um filme que estava na minha lista "para ver" há bastante tempo. O filme é pequeno, meio underground, fez pouquíssimo sucesso no cinema mas que angariou uma enorme quantidade de seguidores e fãs quando lançamento do DVD que em 2009, dez anos depois do lançamento do original, sua continuação foi feita. Não sei se esse filme foi alguma vez lançado no Brasil em DVD mas sua continuação está nas locadoras.

Bom, exatamente por ter ouvido bem do primeiro filme, ter reparado que o segundo foi lançado e por ter achado o filme por 10 dólares em Blu-Ray em uma Best Buy da vida, acabei pegando-o para conferir e não me arrependi em nada.

Em breve resumo, já que a trama do filme pouco importa, Boondock Saints conta a estória de dois irmãos descendentes de irlandeses, profundamente religiosos e moradores de Boston, que um dia, depois de um ato de autodefesa, recebem uma mensagem divina para acabarem com todo o mal. Com muita sorte e alguma habilidade (e muitas armas, claro) eles causam um rebuliço na máfia local ao mesmo tempo que são investigados por uma agente do FBI.

O filme é completamente descerebrado e um exercício de fotografia bacana para tornar atos de extrema violência muito divertidos. As atuações de Sean Patrick Flanery e Norman Reedus, como os irmãos Connor e Norman McManus são muito divertidas, assim como os 15 minutos de tela que Billy Connelly tem, no papel de Il Duce. Mas quem rouba o show completamente é Willem Dafoe como Paul Smecker, um agente do FBI que os persegue. O grande lance do personagem de Dafoe é que, além de ser um brilhante detetive, que consegue reconstruir cenas de morticínio complexas em sua cabeça, ele é gay, muito gay. Essa combinação cria momentos excepcionais, especialmente aqueles em que ele ensina como ser detetive para o bando de idiotas da polícia local que usam até caderninhos para anotar o Smecker fala. Dafoe parece estar se divertindo muito no papel e é difícil imaginar esse excelente ator em um papel desses mas ele tira de letra.

Outro que merece atenção é o pândego David Della Rocco, no papel de Rocco, um amigo dos irmãos McManus. Rocco é um mafioso principiante que espera, há 18 anos, a chance de subir os degraus da máfia. A chance que lhe é dada, porém, não é das melhores e ele acaba ajudando os irmãos em sua cruzada. Rocco é responsável por ótimos momentos no filme, como as já citadas cenas no confessionário e a do gatinho, além de ser muito hábil no emprego multifacetado do verbo "to fuck".

A fotografia, como disse, é estilosa, cheia de câmeras lentas e empresta ao filme um ar sofisticado que nos faz esquecer a inexistência de uma trama decente e a implausibilidade do que vemos acontecer. Algumas cenas são geniais e nos fazem lembrar os melhores momentos de Quentin Tarantino. Sem estragar nada para quem não viu, as cenas do gatinho na mesa, da confissão no confessionário e da primeira pancadaria são excelentes e valem o filme (junto com a atuação de Dafoe, como dito).

O diretor Troy Duffy, que nada havia dirigido antes desse filme, consegue trazer sua assinatura própria para um gênero batido. Até mesmo o batido uso de flashbacks para tirar a linearidade do filme é bem feito.

Para os incautos, porém, vale o alarme: o filme é extremamente violento.

Mas muito divertido...

Nota: 9 de 10

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