Le Boucher, filme francês de 1970, dirigido por Claude Chabrol, conta a estranha estória de amizade entre uma professora de primário e um açougueiro no vilarejo de Tremolat, na França.
Helene (Stéphane Audran), a professora, conhece Popaul (Jean Yanne) em uma festa de casamento de seu colega Leon Hamel e os dois passam a ficar muitas horas do dia juntos, apesar de não se tornarem amantes propriamente ditos. Helene tenta, ainda, esquecer um desastroso romance que teve há pouco e fica ao lado de Popaul apenas de forma platônica e ele, por sua vez, parece aceitar essa situação.
As coisas ficam mais complicadas quando, aparentemente, um serial killer aparece na cidade, matando mulheres. Aparentemente sem conexão, as duas situações começam a se aproximar quando Helene, ao levar seus alunos para uma excursão por uma caverna local, encontra a esposa de Leon morta e o isqueiro peculiar que havia presenteado Popaul ao lado. Quase que instintivamente, ela esconde o isqueiro e nada fala à polícia.
Assim começa uma peculiar estória de dúvidas sobre a identidade do assassino. Helene tem certeza que Popaul é culpado e a tensão entre os dois cresce. No entanto, Helene parece gostar desse jogo, dessa macabra brincadeira de vítima e assassino. Popaul, por outro lado, completamente fascinado por Helene, entra nesse jogo e o espectador fica se perguntado "o que raios está acontecendo aqui?".
A estória vai ficando cada vez mais surreal, com uma Helene demonstrando quase que prazer por saber (ou quase saber) que namora (mesmo que de maneira platônica) um assassino em série. Popaul também se aproveita desse jogo. Ele é mesmo o assassino? E pior, será que faz isso por ela, mesmo que ela não diga para ele fazer isso? Será que a ausência de um caso "normal" entre os dois gerou essa estranhíssima relação?
O filme vai muito bem nesse mistério até o final de seu segundo terço. Depois, ele vai aos poucos desmoronando com uma resolução muito arrastada e cada vez mais divorciada da realidade. Até compreendo a razão mas o filme fica muito devagar e talvez até mal resolvido. No entanto, mesmo com essa queda brusca na qualidade, Le Boucher merece ser visto pois é um filme contestador, com uma estória muito interessante.
Sobre o Club du Film:
Há mais de quatro anos e meio, em 28 de dezembro de 2005, eu e alguns amigos decidimos assistir, semanalmente, grandes clássicos do cinema mundial. Esse encontro ficou jocosamente conhecido como "Club du Film". Como guia, buscamos o livro The Great Movies do famoso crítico de cinema norte-americano Roger Ebert, editado em 2003. Começamos com Raging Bull e acabamos de assistir a todos os filmes listados no livro (uns 117 no total) no dia 18.12.2008. Em 29.12.2008, iniciamos a lista contida no livro The Great Movies II, do mesmo autor, editado em 2006. São mais 102 filmes. Dessa vez, porém, farei um post para cada filme que assistirmos, para documentá-los com meus comentários e as notas de cada membro do grupo.
Notas:
Minha: 6 de 10
Barada: 6 de 10
Nikto: 6 de 10
Gort: 6 de 10
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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."