domingo, 18 de julho de 2010

Crítica de quadrinhos: Incognito

Zack Overkill testemunhou contra o chefão do crime organizado, Black Death e, agora, ele encontra-se sob o programa de proteção à testemunhas, vivendo como um office boy em um escritório. Ele detesta a vida que leva mas não tem alternativas pois, se for descoberto, provavelmente será morto pelos capangas de Black Death, que está preso em uma prisão de segurança máxima mas que, de alguma maneira, ainda controla seu império do crime.

A estória acima seria até bem comum se Zack Overkill não tivesse sido um super-vilão em sua outra vida. Junto com seu irmão gêmeo, Xander, os dois superpoderosos e violentos bandidos tocavam terror em um mundo claramente inspirado pelos quadrinhos e livros pulp da década de 40. Com a morte de Xander, Zack acaba servindo de testemunha contra seu super-chefe, Black Death e, como prêmio, acaba sendo forçado pela agência de controle de super-seres, S.O.S., a tomar uma droga que suprime seus poderes. Miserável, Zack, agora, não passa de um cara comum, isso até começar a fumar maconha (ou algo do gênero). A mistura de drogas faz seus poderes originais voltarem e tanto seus ex-parceiros como a S.O.S. vão ao seu encalço, em uma eletrizante série em quadrinhos de 6 números, publicados entre dezembro de 2008 e agosto de 2009, pelo selo Icon da Marvel.

O autor dessa divertida e diferente série de "hérois"? Ed Brubaker, o cara responsável pela morte do Capitão América, série que comentei aqui. Brubaker escreve muito bem e consegue criar interesse pela situação logo nas primeiras páginas. O tratamento noir à série, com claras referências ao universo pulp torna tudo ainda mais interessante. A amoralidade de todos os envolvidos também contribui para a fácil leitura da série. A arte de Sean Philips, companheiro de Brubaker na série Criminal, é perfeita para evocar o período pulp e o estilo noir.

Mais para o final dessa primeira série (Brubaker já anunciou uma continuação), o autor dá umas escorregadas e carregas nas tintas da ficção científica para explicar o universo que criou. O tom de realismo empregado nos primeiros números começa a esmaecer mas isso não desmerece completamente o trabalho, apenas enfraquece-o um pouco. Outro ponto negativo mas que era esperado desde o primeiro segundo é a mudança de personalidade de Zack Overkill. É uma guinada forte demais para quem já foi um violento super-vilão.

De toda forma, Incognito diverte e dá vontade de ler o que Brubaker tem preparado para o futuro desse universo.

Nota: 7,5 de 10

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."