terça-feira, 30 de novembro de 2010

Crítica de filme: Scott Pilgrim VS. The World (Scott Pilgrim Contra o Mundo)

Sei que serei ameaçado de morte pelos irredutíveis defensores de Scott Pilgrim que veneram esse filme mais do que qualquer outro filme já feito na história do cinema, mas tenho que dizer: o filme não é isso tudo. Não é que o filme seja ruim – longe disso - ele apenas não deve ser visto como a obra-prima cinematográfica que dizem que é.

Baseado em uma coleção de seis volumes de estórias em quadrinhos escritas por Bryan Lee O’Malley entre 2004 e 2010, o filme Scott Pilgrim é uma sucessão de onomatopeias voando na tela muito na linha do Batman dos anos 60, transições cool e roteiro fortemente calcado na cultura pop/nerd. Na verdade, quando digo uma sucessão desses elementos, acho que estou sendo comedido.

Crítica de filme: RED (RED – Aposentados e Perigosos)

2010 será lembrado, provavelmente, como o ano dos filmes de reuniões improváveis. Tivemos Os Mercenários reunindo a galera parruda dos anos 80 com alguns atores mais novos. Tivemos, também, Machete, reunindo Danny Trejo com Michelle Rodriguez, Jessica Alba, Don Johnson e, por incrível que pareça, Robert de Niro.

Agora vem RED, em que o veterano Bruce Willis se junta aos também veteranos Morgan Freeman, John Malkovich e, impressionantemente, Helen Mirren. Dos três “filmes de reunião”, RED é, sem dúvidas, o mais fraco, porém.

Crítica de filme: Grace (O Mistério de Grace)

Grace é um pequeno filme de horror que andou pelos corredores de festivais de cinema mundo a fora e que, em Sundance, foi alvo de muita conversa pela sua temática, digamos, controversa. Paul Solet, diretor estreante de longa metragem, fez esse filme, que estreou em 2009 com base eu seu curta metragem de mesmo nome de 2006.

A idéia é boa: Madeline (Jordan Ladd) vive uma grávida que tem um acidente e seu bebê morre ainda na barriga. Ela se recusa a retirar a criança e acaba efetivamente tendo a filha natimorta que, milagrosamente, volta à vida. Mas, claro, como todo filme de horror, essa "volta à vida" tem um preço e, nesse caso, ele é bem alto: a bebezinha só quer saber de sangue no lugar de leite.

Crítica de filme: Frozen (Pânico na Neve)

Como transformar o esqui em algo aterrorizante? Normalmente associado com férias, relaxamento, diversão, brincadeiras, o esqui na neve sofre, com Frozen, um twist interessante, digno de filme de horror.

Acho que o momento que dá mais frio na barriga ao se esquiar é a subida de teleférico. Chegar lá em cima e descer aquela altíssima montanha super inclinada depende muito mais da habilidade do esquiador do que de fatores externos. Sim, descer de esqui pode dar calafrios mas o teleférico que nos transporta até o cume da montanha está totalmente fora de nossa esfera de influência.

domingo, 28 de novembro de 2010

Crítica de filme: Megamind (Megamente)

A DreamWorks não para de lançar desenhos em computação gráfica. Megamente é o terceiro deles só em 2010, depois de Como Treinar Seu Dragão e Shrek Para Sempre. Um feito impressionante por si só.

Infelizmente, porém, a DreamWorks não é a Pixar. Imaginem a DreamWorks como uma fábrica com linha de produção em massa: produtos simples em quantidade que às vezes estão acima da média. A Pixar, por outro lado, é aquela loja de artesanato manual, produzindo poucos produtos, mas todos de extrema qualidade. Apesar de Como Treinar Seu Dragão ter sido excelente, Shrek 4 e, agora, Megamente, são bem fracos.

sábado, 27 de novembro de 2010

Crítica de filme: The Social Network (A Rede Social)

Vi A Rede Social quase no dia da estréia nos Estados Unidos. O pedigree era muito bom já que o diretor, David Fincher, é sensacional. Ele fez Seven, The Game, Clube da Luta, Quarto do Pânico e Zodíaco. Seu filme imediatamente anterior, O Curioso Caso de Benjamim Button, foi o que menos gostei de sua carreira, ainda que seja uma boa obra.

Assim, entrei no cinema seguro que veria um grande filme, ainda que o tema - a história do Facebook - não me parecesse lá assim tão interessante, tendo em vista que trata de eventos de meros sete anos e sobre uma mídia social que pouco utilizo (talvez eu seja velho demais para ela, não sei).

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Crítica de quadrinhos: American Vampire - volume 1

American Vampire é outra série recente, lançada em março de 2010, pelo selo Vertigo da DC Comcis. Sou fã da Vertigo pois acho que eles encontraram o perfeito balanço entre o comercial e o autoral, com séries mensais realmente sensacionais, como Fables e Sweet Tooth.

Não se assustem com o título e achem que é mais uma daqueles estórias de vampiros pois vampiros estão na moda. Sim, de fato essas figuras folclóricas estão em alta mas essa série é realmente boa. Ok, o autor da série principal, Scott Snyder, altera substancialmente a mitologia dos vampiros mas não faz nada semelhante ao crime que Stephenie Meyer cometeu em Crepúsculo ao colocar vampiros brilhando no sol que nem cristais Swarovski...

Crítica de quadrinhos: Sweet Tooth - volumes 1 e 2

"Bambi encontra Mad Max". Essa foi a melhor descrição que achei por aí dessa nova série da Vertigo, o excelente selo "independente" da DC Comics.

De fato, a revista, escrita e desenhada por Jeff Lemire com enorme constância (ele não atrasa um número e a revista começou em setembro de 2009 e já está no 15º número), nos conta a estória de Gus, um menino de 9 anos que vive recluso com seu pai em uma cabana no meio da floresta. Estamos falando de um mundo pós-apocalíptico e Gus parece ter sido o resultado de modificações genéticas resultantes do que quer que tenha levado o mundo ao apocalipse, pois ele tem chifres, sendo um híbrido de humano com animal.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Crítica de quadrinhos: Manhunter (série de 1973)

Lembro-me quando criança de ter lido algumas estórias em quadrinhos da DC Comics com um personagem de roupas extravagantes chamado Manhunter. Era uma republicação no Brasil, claro. Lembro-me, também, de ter adorado o que li.

Corta para o presente e eu estava andando por uma comic shop nos EUA quando dei de cara uma coletânea das mesmas estórias que lia quando criança e a reação imediata de comprar foi 100% instintiva e involuntária. Quando me dei conta, já estava lendo no quarto do hotel.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Crítica de quadrinhos: Ultimate Marvel (Marvel Millenium)


No ano 2000, a Marvel fez algo bem inteligente mas com grande potencial para um desastre total: criou um novo universo Marvel, chamado de universo “Ultimate” com o objetivo de permitir que novos leitores pudessem se iniciar em seus quadrinhos. Digo que foi algo inteligente pois, basicamente, a Marvel teria carta branca para fazer o que quiser com seus grandes personagens, sem se preocupar com a continuidade normal. Digo que o potencial de desastre era grande pois mexer em heróis tão queridos é sempre um enorme perigo.

Mas a Marvel acertou em cheio em quase tudo que fez nesse seu novo Universo. A recriação dos personagens, principalmente os mais clássicos possíveis como Homem-Aranha, X-Men e Vingadores, foi um trabalho genial que basicamente continua até hoje. Em 2008, durante a saga Ultimatum, muita coisa mudou e, dizem alguns críticos, a qualidade piorou muito.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Crítica de TV: X-Men - Volume 1

A série dos X-Men que eu cheguei a assistir na televisão foi a que estreou em 1992, acabando em 1997, depois de 5 temporadas. A primeira temporada, contendo 13 episódios, foi, de certa forma, um divisor de águas em termos de desenhos animados.

E explico a razão: pela primeira vez, ou, pelo menos, é a primeira vez que consigo me lembrar, os desenhos passaram a ter continuidade, ou seja, não eram estórias estanques que acabavam e começavam no mesmo episódio. É bem verdade que alguns desenhos da década de 80 também se utilizaram dessa expediente mas não faziam isso por mais do que dois episódios seguidos.

Crítica de TV: The Big Bang Theory - 1ª Temporada

Já em sua quarta temporada, The Big Bang Theory foi um grande sucesso de 2007. Trata-se de uma sitcom sobre nerds para nerds que sabe o que é e o que pretende ser e, por isso, acaba saindo como uma despretensiosa diversão que consegue agradar até mesmo aqueles que não são muito chegados à enormidade de citações da cultura pop/nerd/geek que permeia o programa.

Crítica de TV: Dexter - 3ª Temporada

Quem acompanha esse blog já percebeu que eu gosto muito da série Dexter, sobre um serial killer que só mata assassinos. Enquanto a primeira temporada trata de Dexter Morgan (Michael C. Hall) enfrentando seu "oposto", a segunda fecha com perfeição o círculo, com uma caçada sensacional ao próprio Dexter.

Na terceira temporada, tudo já está mais calmo na vida de Dexter, que continua sendo especialista forense em padrões de "espirro de sangue" (blood splatter). Como todos que acompanham a série, Dexter segue o Código de Harry, criado para ele por seu pai policial que identificou no filho essa compulsão para matar e a dirigiu para fins, digamos, edificantes. Mas o grande gancho para a terceira temporada é a desobediência de Dexter ao Código e o que isso acaba acarretando: Dexter mata alguém que não deveria matar.

sábado, 13 de novembro de 2010

Crítica de TV: Lost - Última Temporada

Eu tinha esperanças que Lost seria encerrada de uma forma minimamente competente e que seus roteiristas iriam usar toda a última temporada, formada por 17 episódios, sendo que o último duplo e mais um epílogo curto, de 11 minutos, para criar alguma coesão à série. O que vi, porém, apesar da razoavelmente boa quinta temporada, foi um fracasso total de uma fórmula que começou bem, desandou no meio e se dilui completamente em seu último capítulo.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Crítica de TV: Breaking Bad - 1ª Temporada

Soube há pouco que a AMC, produtora de Breaking Bad, decidiu cancelar uma de suas séries, Rubicon. Foi a primeira série cancelada da AMC que, até agora, só vinha acertado em termos de qualidade do material e quantidade de público. Mad Men é um sucesso. Breaking Bad tem fortes números. E The Walking Dead é um estouro total.

E, de fato, o sucesso da AMC é merecido pois a produtora não faz séries de fácil digestão.

Crítica de filme: El Secreto de sus Ojos (O Segredo dos seus Olhos)

O Segredo dos Seus Olhos é um grande exemplo do cinema argentino e mostra que é possível fazer um filme comercial que é ao mesmo tempo belo e complexo. Nós brasileiros definitivamente precisamos aprender com nossos hermanos.

Esse filme, dirigido por Juan José Campanella, que nos trouxe Clube da Lua, é uma obra-prima e merecidamente levou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro no evento desse ano. Infelizmente, porém, não consegui assisti-lo antes da cerimônia.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Crítica de filme: Black Dynamite


Black Dynamite é uma ótima comédia-homenagem ao gênero setentista de filmes conhecido como Blaxploitation em que atores negros atuavam em papéis de estereótipos de negros nas situações mais improváveis. Michael Jai White vive o personagem título em filme seguramente dirigido por Scott Sanders.

Crítica de filme: The Karate Kid - 2010 (Karate Kid)

Tenho boas memórias do Karate Kid original de 1984, com o sumido Ralph Macchio no papel de Daniel San e o saudoso Pat Morita como o Sr. Miyagi. Era um eficiente e despretensioso pequeno filme de superação de obstáculos e de crescimento, com as já clássicas cenas de aprendizado de karatê com movimento de pintura de cerca e de polimento de carro.

Crítica de filme: Legend of the Guardians: The Owls of Ga'Hoole (A Lenda dos Guardiões)

Jamais imaginaria que um dia fariam um filme cujos personagens principais são corujas. Mas A Lenda dos Guardiões é exatamente isso: um desenho de computação gráfica sobre corujas falantes.

Já fiquei meio desconfiado quando vi o trailer, achando que não dava para fazer uma estória interessante a partir desses bichos mas dois elementos me chamaram a atenção: Zack Snyder na direção e uma linda computação gráfica. Zack Snyder foi o diretor de Dawn of the Dead, 300 e Watchmen o que, no meu livro, automaticamente o coloca em uma boa categoria. Os efeitos especiais, muito parecidos com os de Happy Feet (na verdade, é a mesma tecnologia base), eram de fazer babar.

Crítica de filme: Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro

Tropa de Elite 2, assim como o primeiro, é um filme que precisa ser analisado em dois níveis. Tendo em vista que seu lançamento foi um sucesso, já sendo o primeiro lugar desse ano com boas chances de ultrapassar a maior bilheteria do país em todos os tempos (que é Dona Flor e Seus Dois Maridos), muito pouca coisa que eu escrevo já não foi dita por aí.

Mas vamos lá mesmo assim.

Club du Film - 5.56 - Victim (Meu Passado Me Condena)

Victim (Meu Passado Me Condena) é um filme britânico de 1961, dirigido por Basil Dearden e foi visto pelo Club du Film (mais sobre o Club ao final do post) em 31.08.10.

Há uma palavra certeira para definir esse filme: coragem. Coragem do diretor Basil Dearden em fazer o filme e coragem do ator principal, Dirk Bogarde, em fazer o papel que faz. Ninguém desconhece a força do cinema para servir de forma de protesto mas Victim talvez seja um dos grandes exemplos desse tipo de filme, algo extremamente admirável, especialmente em se tratando do tema do filme: homossexualismo.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Club du Film - 5.55 - Strangers on a Train (Pacto Sinistro)

Strangers on a Train (Pacto Sinistro) é um filme americano de 1951, dirigido pelo mestre do suspense Alfred Hitchcock (Psicose, Os Pássaros, Um Corpo que Cai, Janela Indiscreta, Intriga Internacional e muitos outros grandes clássicos) e foi visto pelo Club du Film (mais sobre o Club ao final do post) em 17.08.10.

Hitchcock dispensa apresentações. Apesar de ele ser muito conhecido basicamente por todo mundo, sua ampla filmografia "mais antiga", antes de Janela Indiscreta de 1955, é razoavelmente desconhecida por todos. Filmes como The Lady Vanishes, Sabotador, Interlúdio e Festim Diábólico são pouco discutidos em rodas de conversa em que se esbarra no assunto "filmes de suspense". Pacto Sinistro está nessa categoria.

Club du Film - 5.54 - The Thin Man (A Ceia dos Acusados)

A Ceia dos Acusados é um filme americano de 1934, dirigido por W.S. Van Dyke e foi visto pelo Club du Film (mais sobre o Club ao final do post) em 11.08.10.

Esse filme foi um estrondoso sucesso quando foi lançado, mostrando uma dupla de refinados e ricos detetives que não tinham outra preocupação na vida do que desvendar mistérios puramente por hobby. Nenhuma pobreza ou dificuldades financeiras são mostradas no filme e isso em 1934, em plena era da Depressão nos Estados Unidos.

domingo, 7 de novembro de 2010

Club du Film - 5.53 - Stroszek

Stroszek é um filme alemão de 1977, dirigido por Werner Herzog (Fitzcarraldo, O Sobrevivente, Bad Lieutenant, Aguirre, Cólera dos Deuses e vários outros) e foi visto pelo Club du Film (mais sobre o Club ao final do post) em 03.08.10.

Werner Herzog é um grande diretor, talvez um dos meus diretores favoritos. Stroszek, porém, não é uma de suas melhores obras, pelo menos não para o meu gosto. E olha que Herzog acerta a mão por uma boa parte desse filme mas, depois, deixa o "caldo" desandar completamente em um final bastante lisérgico. Mas vamos por partes.

Club du Film - 5.52 - Umberto D

Umberto D é um filme italiano de 1951, dirigido por Vittorio De Sica e foi visto pelo Club du Film (mais sobre o Club ao final do post) em 27.07.10.

Umberto Domenico Ferrari (Carlo Battisti) é um senhor aposentado, que vive humildemente de sua pensão em um modesto quarto alugado na casa de Antonia Belloni (Lina Gennari). Seus únicos amigos são o cãozinho Flick e a empregada Maria (Maria-Pia Casilio), que está grávida não se sabe bem de quem. Umberto luta para viver com um mínimo de dignidade, mantendo a educação e vestindo-se sempre de terno.