quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Crítica de filme: Black Dynamite


Black Dynamite é uma ótima comédia-homenagem ao gênero setentista de filmes conhecido como Blaxploitation em que atores negros atuavam em papéis de estereótipos de negros nas situações mais improváveis. Michael Jai White vive o personagem título em filme seguramente dirigido por Scott Sanders.


O personagem título é um ex agente da CIA negro e, como tal, é durão, invencível, amado pelas mulheres, bem dotado, inteligente, todo-poderoso e com um enorme cabelo armado. Fala em frases de efeito e espanca e mata para depois fazer as perguntas. Dentro desse contexto, seu irmão é assassinado e isso cataliza uma investigação para saber quem é o pobre do responsável.

No meio do filme, porém, a trama da morte do irmão é quase que completamente esquecida em favor de outra trama paralela envolvendo a missão de Black Dynamite de limpar as ruas dos traficantes de drogas que têm transformado em viciados as pobres crianças de um orfanato em que trabalha. De quebra, ele descobre um terrível trama para drogar os negros dos Estados Unidos, tirando-lhes aquilo que é mais importante: sua virilidade.

O filme é uma brincadeira atrás da outra, começando, evidentemente, pelo próprio Black Dynamite, o esterótipo do estereótipo que lida apenas com personagens igualmente estereotipados, como os componentes de uma liga de cafetões (todos vestidos da maneira que você está imaginando) e mulheres de um prostíbulo (igualmente vestidas - ou despidas - da maneira que você imagina). As cenas de sexo são verdadeiras demonstrações do poder negro na cama. As lutas fazem qualquer durão dos anos 80 parecer um florzinha. É sopapo para tudo quanto é lado e sem nenhum arranhão no personagem principal.

Tem até mestre de Shao Lin no meio da estória, o que me lembrou muito David Carradine em sua célebre série Kung Fu.

Em determinado momento, Black Dynamite e seus amigos sentam em um restaurante e partem para deduzir onde é escondida a droga anti-virilidade de negros. O raciocínio tortuoso é hilário e muito bem construído, um dos momentos altos da película.

Mas o filme não é só bobagem (ok, ok, é sim). Ele é recheado de citações a outros filmes da década de 70 e mostram o cuidado e a pesquisa do diretor e de Michael Jai White (que também escreveu o filme).

Vale ser conferido pois é diversão garantida.

Mais sobre o filme: IMDB, Rotten Tomatoes e Box Office Mojo.

Nota: 8 de 10

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