domingo, 5 de dezembro de 2010

Club du Film - 5.58 - Jules et Jim (Jules e Jim - Uma Mulher Para Dois)

Jules e Jim é um filme francês de 1962, dirigido por François Truffaut e foi visto pelo Club du Film (mais sobre o Club ao final do post) em 21.09.10.

O filme conta a estória clássica de um triângulo amoroso (como o desnecessário subtítulo em português deixa claro) durante algumas décadas. Ele é formado por Jules (Oskar Werner) e Jim (Henri Serre), dois grandes e inseparáveis amigos e Catherine (Jeanne Moreau). Jules, um austríaco e Jim (um francês) se apaixonam por Catherine, ainda jovens, antes da Primeira Guerra Mundial.


Catherine, no entanto, acaba se casando com Jules pois ela aparentemente o ama. A guerra vem e os dois amigos - ainda muito amigos - são separados pelas circunstâncias inerentes ao conflito, cada um lutando por seu país torcendo para que um não mate o outro.

Finda a guerra, os amigos se reencontram e Jim descobre que o relacionamento de Catherine com Jim não anda muito bem. Catherine tem uma idéia bem liberal do que significar "estar casada" e, em determinado momento, a pedido de Jules, Jim começa a ter um caso com Catherine.

Catherine, para mim, é um dos personagens mais detestáveis do cinema. E não é machismo por ela trair seu marido com outros e, depois, com Jim. Mas sim por ela pouco ligar para o sentimento dos outros. Na verdade, ela liga o suficiente para manobrar esses sentimentos e fazê-los funcionar ao seu bel prazer.

Mas essa característica de Catherine apenas deixa mais evidente a profundidade do relacionamento entre Jules e Jim, em uma espécie de estudo sobre o amor. Catherine é o amor carnal, inexplicável, enquanto a amizade de Jules e Jim é inabalável, talvez com um quê de homossexualidade que, porém, Truffaut deixa bem escondido.

O filme precisa ser visto não exatamente como realidade, mas sim como uma fantasia sobre o amor, mas uma fantasia cuja moral é talvez triste e deprimente, como se o amor fosse algo ou extremamente passageiro ou muito destrutivo. E talvez seja mesmo. Truffaut não nos dá outra escolha que não concluir dessa maneira, ainda que eu particularmente ache que ele tenha escolhido um diálogo visual que acaba não empolgando verdadeiramente, deixando a personalidade destrutiva de Catherine tomar conta de todo o filme. Jules e Jim, perto dela, são apenas marionetes sem personalidade.

Mais sobre o filme: IMDB, Rotten Tomatoes, Filmow.


Sobre o Club du Film:

Há mais de quatro anos e meio, em 28 de dezembro de 2005, eu e alguns amigos decidimos assistir, semanalmente, grandes clássicos do cinema mundial. Esse encontro ficou jocosamente conhecido como "Club du Film". Como guia, buscamos o livro The Great Movies do famoso crítico de cinema norte-americano Roger Ebert, editado em 2003. Começamos com Raging Bull e acabamos de assistir a todos os filmes listados no livro (uns 117 no total) no dia 18.12.2008. Em 29.12.2008, iniciamos a lista contida no livro The Great Movies II, do mesmo autor, editado em 2006. São mais 102 filmes. Dessa vez, porém, farei um post para cada filme que assistirmos, para documentá-los com meus comentários e as notas de cada membro do grupo.


Notas:

Minha: 6 de 10
Barada: 6 de 10
Nikto: 6 de 10

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