domingo, 19 de dezembro de 2010

Crítica de filme: The Boondock Saints II: All Saints Day (Santos Justiceiros II - O Retorno)

Nove anos depois do cultuado Boondock Saints, o diretor e roteirista do primeiro, Troy Duffy, resolveu reunir a turma novamente para fazer uma continuação. Infelizmente, apesar de todo o potencial que ele demonstrou no primeiro filme, no segundo ele não fez mais do que uma espécie de remake só que sem aquelas pequenas mas geniais cenas (como a do confessionário e a do gato) que marcaram o primeiro filme e, principalmente, sem Willem Dafoe e David Della Rocco. Boondock Saints II soou, apenas, como um fraco eco do primeiro, uma repetição como menos "BANG".


Aviso que há SPOILERS leves apenas do primeiro filme a seguir.

Em Boondock Saints II encontramos os irmãos Connor e Murphy McManus (Sean Patrick Flanery e Norman Reedus, reprisando seus marcantes papéis) vivendo pacatamente na Irlanda, cuidando de ovelhas, juntamente com seu Poppa (o ótimo Billy Connolly também reprisando seu sensacional papel), até que um assassino usa o modus operandi do irmão para matar um padre em Boston. É claro que tudo é uma maneira de atrair os irmãos  de volta para Boston para os mafiosos locais acabarem com eles.

Sem pestanejar, os irmãos voltam às arma, unem-se à um mexicano chatíssimo, Romeo (Clifton Collins Jr.) e novamente vão estourar os miolos dos bandidos.

O problema é que Troy Duffy não se esforçou nem um pouco para criar algo minimamente original, como fez no primeiro filme. Romeo substitui - mal e porcamente - Rocco (que morre no primeiro filme) e Paul Smecker (o fantástico personagem vivido por Willem Dafoe) é substituído por uma agente do FBI chamada Eunice (Julie Benz de Dexter) que é uma espécie de herdeira de Smecker e segue exatamente as mesmas técnicas de seu mestre. Duffy não tem vergonha alguma de usar a mesma técnica de flashbacks do primeiro filme, em que Smecker - agora Eunice - caminha pelos locais de crime e recria, como se estivesse no momento do crime, todas as cenas que aconteceram, em seus mínimos detalhes. É algo sensacional em Boondock Saints mas que, na parte II, torna-se repetitivo e até sem graça.

Primeiro, apesar do enorme charme e beleza de Julie Benz (ela está especialmente bonita nesse filme), ela não se compara ao feioso Willem Dafoe. Segundo, se lembrarmos o que faz o personagem de Dafoe ao final do primeiro filme, aí sim a comparação torna-se ainda mais injusta para Benz. A única coisa boa dessa estória toda é que Duffy não teve a cara de pau de fazer em Benz a transformação por que passa Dafoe. Seria patético demais.

E os planos infalíveis dos irmãos McManus são fac símiles dos planos do primeiro filme. Até mesmo a entrada triunfal de Poppa é "chupada" da primeira obra de Duffy mas sem qualquer impacto. Nem mesmo a participação especialíssima de Peter Fonda traz alguma coisa nova para esse filme.

Mas, claro, o filme continua sendo divertido. Mas aquilo que era bacana, cool, original e também divertido no primeiro filme, tornou-se apenas "divertido" nesse segundo. Em Boondock Saints II, o divertido tornou-se totalmente caricato, escrachado e, em última análise, quase sem graça. O que acaba tornando o filme minimamente bacana é seu finalzinho surpresa e o potencial para um terceiro filme diferente.

Não sei se Duffy ainda vai insistir na fórmula que parece ser a única que conhece mas a situação dos irmãos McManus ao final de Boondock Saints II permite uma volta à forma, sem repetição de fórmula.

Mais sobre o filme: IMDB, Rotten Tomatoes, Box Office Mojo e Filmow.

Nota: 6 de 10

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