domingo, 12 de dezembro de 2010

Crítica de filme: Buried (Enterrado Vivo)


Por mais que as fãs ardentes de Ryan Reynolds possam querer defender, ele não é um bom ator. Em Enterrado Vivo, ele é o único ator e, em meu entendimento, o ponto fraco do filme, o que não é dizer pouco quando todo ele se passa dentro de um caixão enterrado em algum lugar do Iraque.

Sim, o filme se passa todo ele dentro de um caixão daqueles rústicos de pranchas de madeira, enterrado provavelmente a poucos palmos da superfície, no meio do deserto do Iraque. Reynolds vive Paul Conroy, empregado de uma das empresas contratadas para reconstruir o país. Como companhia ele tem apenas um isqueiro Zippo - que deve ter pago parte do filme - e um celular Blackberry, que pagou a outra parte. Aos poucos, Conroy vai descobrindo que sua já desesperadora situação é ainda mais complexa que ele imagina pois ele passa a lidar com o iraquiano que o colocou lá dentro e com a inacreditável burocracia dos canais regulares do governo e de seu empregador, para tentar resolver seu, digamos, problema.


Não vem ao caso perguntar como o celular funciona se ele está enterrado e como o ar nunca acaba. Isso é o de menos.

O que vem ao caso perguntar é como o diretor Rodrigo Cortés e o roteirista Chris Sparling conseguiram criar um filme com essa premissa, que nunca - NUNCA mesmo - sai do caixão e que, apesar de Ryan Reynolds, ainda é sensacional.

É uma tarefa muito difícil descrever esse "como". A premissa, claro, é muito intrigante. Coloca a sensação de claustrofobia de Líbano no chinelo e, eu garanto, isso é dizer muito. Em seguida, a iluminação utilizada é a natural, ou seja, nenhuma, ou a luz de um celular ou de uma chama de um Zippo. Cortés não me pareceu criar artifícios maiores para "ajeitar" a iluminação. Dito isso, Cortés ainda consegue movimentar a câmera de maneira dinâmica, com objetivo, e isso dentro do espaço confinado de um caixão. É óbvio que Cortés nunca filmou dentro de um caixão fechado mas sim dentro de caixões como diferentes aberturas (foram sete no total) em que Reynolds simplesmente se deitava ou se dobrava todo. Há travelings de câmera dignos de um filme épico. É realmente complicado descrever o filme. Ele é uma experiência para ser vista e quase que sentida.

"Sentida" pois Enterrado Vivo é um daqueles filmes que fascina mas que consegue, ao mesmo tempo, causar constante e incessante sensação de aflição e desespero. Sabemos que a situação de Conroy é impossível e absurdamente angustiante e nós sentimos isso a cada segundo de filme, desde o começo completamente no escuro até o finalzinho.

Mas o mais interessante é que tudo isso acontece apesar de Reynolds. Essa até pode ser sua melhor atuação mas vindo de um ator que fez A Proposta, Três Vezes Amore e Wolverine, isso não quer dizer muita coisa. A situação é muito mais desesperadora do que Reynolds deixa transparecer no filme, com suas caras e bocas. É difícil abstrair-se de sua persona mais marota, engraçada, especialmente por que ele não me parece ter feito muito esforço para isso ou, talvez, isso seja o melhor que ele pode fazer.

Novamente, devo insistir: o fato de eu ter achado que Reynolds não tenha sido o ator ideal para esse filme e esse filme ser literalmente de apenas um ator, não impede que o filme seja próximo de perfeito. O roteirista Chris Sparling, claro, toma algumas liberdades com flexibilidade do corpo humano e conexões telefônicas mas ele cria um roteiro enxuto, inteligente e extremamente ácido, sobretudo em relação às empresas. O diálogo que Reynolds tem mais ao final com o responsável pelo departamento de recursos humanos de sua empresa é algo tão assustador que, ao mesmo tempo que nós pensamos que aquilo é filme, que coisas assim não acontecem, ficamos com uma sensação lá no fundo de nossa cabeça que sim, situações semelhantes podem acontecer sim.

E o final é perfeito. Não vou estragar nada mas estava com medo do que Cortés poderia fazer com o final, especialmente depois que o filme foi comprado pela Lionsgate, mas aquilo que se pode esperar está lá, direitinho. Incrível.

Mais sobre o filme: IMDB, Rotten Tomatoes, Box Office Mojo e Filmow.

Nota: 9 de 10

11 comentários:

  1. haha, eu já sabia!
    nem vi o filme e ja sei que vou adorar.
    em tempos de escassos filmes bons e originais com orçamentos enormes vem rodrigo cortés e mostra que se pode sim fazer um filme bom com pouco dinheiro. ainda mais localizado em um só lugar com um só ator.
    muito bom.

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  2. Queria ver esse filme, mas nessa prcaria de cidade não vai passar. Pena ser com o futuro lanterna verde, também não o considero bom ator

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  3. Cara, como alguém pode ter gostado deste filme medíocre?? sinceramente, eu tenho absoluta certeza que este foi o pior filme que eu já assisti em toda minha vida. O filme até que seria só um pouco ruim (e não péssimo) se não fosse pelo final. O final do filme é lamentável, tosco. Parece até que o "orçamento" apertou então resolveram terminar o filme de uma hora para outra. Quendo termina o cara pensa: "tá de brincadeira que o filme terminou". Nossa, se arrependimento matasse eu taria mais morto que o cara do filme...

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  4. Mas que babaca quem fez essa critica!

    É O PIOR FILME QUE EU JA ASSISTI M TODA MINHA VIDA!
    TOSCO, HORRIVEL, SÓ M FEZ PERDER TEMPO!



    HORRIVEEEEL! O PIOR! UMA MERDA!

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  5. Esse filme é um lixo, um lixão enorme. É o pior filme da história do planeta terra e do universo inteiro.
    É o pior filme de todos os tempos, e nunca vai haver outro pior. Nunca.

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  6. Esse filme é genial, você se sente aprisionado junto com ele, e o final, simplesmente fantástico, o filme é foda !!

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  7. nao assistam, irao se decepcionar...nunca fui de postar criticas de filmes...mas esse nao aguentei.....só aprendi uma coisa...blackberry pega em qualquer lugar...kkkkk ohhh filmim de propaganda idiota..kkkk

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. Fantástico! Há muito tempo estava querendo assistir a este filme, mas apenas hoje consegui assisti-lo. Simplesmente magnífico!

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."