domingo, 10 de julho de 2011

Crítica de filme: Winnie the Pooh (O Ursinho Pooh)

Eu sou da época que o Ursinho Pooh ainda era Ursinho Puff por essas bandas. Lembro-me de As Aventuras do Ursinho Puff de 1977 e fiquei até surpreso com a Disney por resolver fazer um desenho de toda a clássica turma criada por A.A. Milne sem apelar para a computação gráfica e sem 3D. Nos dias de hoje, a animação tradicional, feita à mão, foi quase que completamente esquecida e essa foi uma das razões - além do fato de realmente ter boas lembranças do Ursinho Puff - que fiz questão de levar toda minha família ao cinema para prestigiar esse pequeno "evento".


Assim como o desenho de 1977, a estória é muito simples. Vemos Puff (não vou chamá-lo de Pooh, perdoem-me) acordar e procurar mel para forrar sua "barriguinha" mas, infelizmente, seu estoque acabou. Ele parte para perguntar se seus amigos têm algum mel e não consegue achar uma gota sequer. Em determinado momento, Puff vai até a casa do menino Christopher Robin e acha apenas um bilhete. Como não sabe ler, Puff leva a nota para o sábio Corujão que a lê erroneamente e diz que um monstro chamado Voltogo (uma brincadeira que não funciona muito bem com a expressão "Volto logo") raptou o menino. Os amigos, então, partem para salvar Christopher Robin. Ao mesmo tempo, há uma estória paralela para se achar o rabo perdido de Bisonho (que, agora, é chamado de Ió, para ficar mais parecido com o original em inglês mas que, sinceramente, não entendi a necessidade de mudarem).

A grande sacada desse desenho é que sua narrativa não perde de vista o fato de que ela se desenrola a partir da leitura de um livro com as aventuras do Ursinho Puff. Assim, as brincadeiras com os desenhos no livro e, principalmente, com as letras e palavras, dão um tom especial e original à estória que, de outra forma, seria apenas mais um desenho dentre tantos outros. Os personagens interagem com as letras até para formar escadas para sair de buracos, andam por cima de parágrafos, prendem frases no rabo de Bisonho e por aí vai.

O traço tradicional do desenho e a beleza da simplicidade enganosa das estórias do Ursinho Puff aliados à essa "metalinguagem" resultam em um desenho que, apesar de ser mais indicado para os pequenos, também encantará os adultos. Funciona como um túnel do tempo, para uma época mais simples nas animações e como uma espécie de lembrança que, para fazer um grande desenho, não há necessidade de pirotecnias, longa duração (o filme tem apenas 63 minutos) e 200 milhões de dólares. Basta uma arte sensacional, personagens inesquecíveis e muita imaginação.

Vale muito a pena ficar para ver os excelentes créditos finais em que diversas cenas do desenho são recriadas com brinquedos de verdade no quarto de Christopher Robin. Um primor! Além disso, há uma cena pós-créditos bem bacaninha.

Mais sobre o filme: IMDB, Rotten Tomatoes, Box Office Mojo e Filmow.

Nota: 8 de 10

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